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88 por cento dos médicos assumem falta de material no SNS

Um questionário da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) para identificação de material indispensável na estratégia de luta contra a COVID-19 revela as “carências graves nas unidades de saúde para fazer face à crise sanitária”, adianta a SRCOM em comunicado.

Trata-se de um “trabalho inédito de sistematização, no âmbito da Covid-19, e no qual ficaram registadas 1003 respostas válidas de profissionais que trabalham nos hospitais e centros de saúde”, frisa.

O inquérito permite 2ter a perceção global da falta de material geral, proteção individual e material de apoio ao exame clínico de urgência. Faltam oxímetros, lanternas, máscaras de oxigénio, otoscópios e estetoscópios, entre muitos outros”.

Ainda segundo a SRCOM o resultado evidencia o “impacto negativo da falta de organização e gestão do sistema de saúde e traz à luz as dificuldades nos hospitais”.

Acrescentando que os resultados evidenciam que:

Os resultados mostram que sobre os EPI:

Os resultados revelam ainda as falhas de material ao nível do apoio ao exame clínico de urgência:

Os resultados revelam as diferenças entre hospitais e centros de saúde:

A título de exemplo, os resultados evidenciam que onde os médicos sentem mais falta de máscaras cirúrgicas é no Centro Hospitalar Cova da Beira (26% dos inquiridos revela essa lacuna), logo seguido do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (23%), Centro Hospitalar do Baixo Vouga (19%), Centro Hospitalar Tondela-Viseu (17%) e Centro Hospitalar de Leiria (12%).

Carlos Cortes, presidente da SRCOM

Outro dado mostra ainda que, quanto aos fatos de proteção integral, onde os médicos assinalam mais falhas é no Centro Hospitalar de Leiria (43% dos inquiridos), logo seguido do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (41%), Centro Hospitalar da Cova da Beira (32%), Centro Hospitalar do Baixo Vouga (31%), e Centro Hospitalar Tondela-Viseu (26%).

“Através desta iniciativa, pretendemos chamar a atenção das autoridades de Saúde e informar a sociedade civil sobre as áreas em que os esforços se devem concentrar (identificando áreas prioritárias). Através deste estudo, damos um contributo na missão de defender e proteger os médicos e os restantes profissionais de saúde, bem como toda a população que recorre ao Serviço Nacional de Saúde”, assume Carlos Cortes.

“Estes números indicam algo indesmentível: A COVID-19 veio mostrar as graves carências em todo o Serviço Nacional de Saúde”, sublinha.

No entender do presidente da SRCOM, “os responsáveis do Ministério da Saúde deverão, face a esta identificação rigorosa, tomar medidas concretas e muito urgentes”, assume Carlos Cortes.

“Esta falta de material é muito grave, sobretudo no momento em que estamos a retomar a atividade. Deveremos aproveitar esta fase para nos prepararmos para novas vagas da doença da Covid-19”, conclui.