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Administração dos CHUC critica declarações “precipitadas” do presidente da Ordem Médicos do Centro

O Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) critica declarações “precipitadas” e “injustas” do presidente da Ordem dos Médicos do Centro, Carlos Cortes.

“Declarações precipitadas e não suportadas em factos, ditadas, muitas vezes, por razões conjunturais, têm um impacto negativo na confiança dos cidadãos e são injustas para os profissionais que, em todo o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, diariamente procuram fazer o melhor pelos doentes”, refere hoje em comunicado o C.A. do CHUC.

Adiantando que como foi já comunicado, a desqualificação da urgência do Hospital Geral “não é da competência do CA do CHUC, pelo que não lhe compete pronunciar-se sobre esta matéria. Isto mesmo é confirmado pela tutela quando ‘…esclarece que essa desqualificação nunca poderia ter lugar sem autorização superior e sem a existência de um estudo técnico…’.

Acrescentando que “carece, por conseguinte, de qualquer fundamento” a afirmação de Carlos Cortes de que “…a desclassificação e redução da capacidade de resposta da urgência do Hospital dos Covões configura, na prática, um ato de desobediência perante o Ministério da Saúde, por parte do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)…”.

“Saliente-se, ainda, que foi após 2017 que a urgência do HG foi aberta aos fins – de-semana e feriados e de segunda a sexta-feira até às 22 horas, horário que poderá vir a ser retomado em breve, tendo em conta a estabilidade verificada no número de novas infeções”, refere ainda o CHUC.

“Quando o ‘…PSRCOM insta o Conselho de Administração do CHUC a reverter o caminho de desmantelamento já iniciado e a respeitar as orientações provenientes superiores…’ fica claramente demonstrado, mais uma vez, o desconhecimento do assunto simplesmente, porque o CA não pode reverter decisões que não tomou”, salienta.

Segundo o PSRCOM, desde o início do ano, “a capacidade de internamento do Hospital dos Covões passou de 205 para 134 camas, o que representa uma redução de 71 camas… “. “Mais uma vez, tal afirmação não corresponde à verdade. Quando o HG passou a polo de referência do CHUC para a Covid-19,  tinha uma capacidade de 192 camas e não 205! O HG já retomou toda a sua atividade normal, estando apenas inativas 20 camas na unidade de ortotraumatologia, a qual se encontra a aguardar obras de requalificação estando, as equivalentes 20 camas abertas noutro espaço e destinadas a doentes da especialidade de ortopedia”, frisa o CHUC.

O que seria “expectável é que a SRCOM se tivesse insurgido contra uma lotação de 31 camas da unidade de ortotraumatologia devido à falta de condições de habitabilidade. Só pode posicionar-se contra a redução da lotação para 20 camas quem seja favorável a que os doentes estejam em situações de risco clínico”, salienta.

O CHUC no mesmo comunicado diz que o presidente SRCOM refere também que “…o serviço de urgência – no período das 09:00 às 21:00h – perdeu quase metade da equipa…” e salienta que as urgências são asseguradas por uma equipa de oito médicos, quando em março eram asseguradas por 15 médicos. “Mais uma vez esta informação não corresponde à verdade, pois o que se verificou foi a necessidade de reforço da equipa de profissionais da urgência (médicos, enfermeiros e AO’s) em cerca de 40%, com profissionais que foram mobilizados de outros polos hospitalares, por necessidade de assegurar a prestação de cuidados em segurança,  no contexto de pandemia da Covid-19. Com a retoma da atividade normal, estes profissionais regressaram aos seus serviços de origem”, sublinha.

Frisando que “para uma melhor perceção do movimento atual no serviço de urgência do polo HG, refira-se que o número médio de doentes atendidos por dia em junho foi de 47 doentes e em julho de 54 doentes.  Em igual período de 2019, o número médio chegou a 120 doentes por dia, com equipas similares”.

O CHUC é uma “instituição que presta cuidados de saúde de elevada qualidade a nível regional, nacional e internacional, onde cada um dos 6 polos hospitalares que o compõem se constitui como referência na prestação dos cuidados, pautando-se por elevados padrões de diferenciação clínica, técnica e científica, bem como de qualidade e segurança, e que continua a merecer a confiança dos cidadãos”, conclui.