O advogado de José Sócrates, João Araújo, considerou que a libertação do ex-primeiro-ministro mostra que o Ministério Público começou a “bater em retirada, em suaves prestações” porque “não há factos, nem provas” e o processo “não tem sentido”.
“O que aconteceu ontem não foi uma vitória. Em questões de liberdade, não há vitórias relativas, mas há derrotas absolutas”, disse João Araújo.
“Estamos perante o início da derrota absoluta da Acusação, do Ministério Público, porque começa a mostrar que este caso não tem sentido”, acrescentou.
“Não há factos, não há provas e ao fim de nove meses não há acusação”, disse João Araújo. “O Ministério Público começa a bater em retirada, em suaves prestações”, acrescentou o advogado, recordando a proposta feita, há três meses, de libertação com pulseira eletrónica, recusada então por José Sócrates.
João Araújo disse que “mais do que alimentado, este processo foi amamentado” e passou em revista a linha de orientação da acusação.
“Primeiro foi o Grupo Lena, mas a ver pelos jornais da Procuradoria, isso foi chão que já deu uvas; depois o caso Vale do Lobo, uma invenção política, sem qualquer ligação com a realidade”, disse o advogado.
“Envergonhado com a Justiça em Portugal”, João Araújo disse que se ultrapassaram todos os prazos “da decência”, apesar de, em termos legais, ainda estar dentro do limite de tempo.
“O país está doente. Como se viu nas manchetes dos jornais deste sábado, é um país que esquece a liberdade”.
Convencido de que “o processo vai terminar inevitavelmente em arquivamento”, a equipa de defesa de José Sócrates diz que vai “continuar a trabalhar”, vai “interpor recurso de uma decisão que não agrada”.
Fonte: JN