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Afonso Cruz na “5as de Leitura” na Biblioteca da Figueira da Foz

Decorreu na passada quinta-feira, 19 de setembro, pelas 21h30, na Biblioteca Municipal, a sessão de abertura da 10ª temporada do projeto de promoção e incentivo à leitura «5as de Leitura», cujo convidado foi o multipremiado escritor figueirense, Afonso Cruz.

Numa sessão conduzida pela vereadora Mafalda Azenha, a que assistiram cerca de oitenta pessoas, verdadeiras apaixonadas pelo autor e pela sua escrita, Afonso Cruz referiu que no início de cada ano apresenta à editora, por norma, cerca de 7 livros, “alguns caem, foi o caso do “Jalan Jalan”, que acabou por ser editado posteriormente, em 2017. Para o próximo ano o autor já entregou cinco livros, dos quais conta editar três.

Afonso Cruz foi, ao longo da noite, falando amiúde, de algumas das suas, muitas obras, como “O Princípio de Karenina”, obra com a qual o autor regressou ao romance, com “uma trama  linear, mas cerzida com capacidade para que as únicas dobras que nela se vejam sejam as próprias dobras do mundo da vida”.

A conversa passou ainda pelos motivos pelos quais o autor escreve. “Porque não tem nada para fazer”, lê muito, o que leva a um acumular de informação, que expurga através dos seus livros e de tudo aquilo que assimilou.

Afonso Cruz mencionou ainda à importância do desconforto para a criação: “Não desejamos pequenas dificuldades, nem labirintos, mas acabamos por criar os nosso próprios problemas. No entanto, é com as dificuldades, que alcançamos aquilo que realmente no interessa”. E deu nota da forma como escolhe os títulos para os seus livros, que “são importantes, devem ser impactantes e apelativos”, embora o conteúdo seja “sobejamente,  mais importante”.

No decorrer da sessão houve ainda tempo para o escritor falar de Deus “um somatório de virtudes, um pensamento de conforto” que tem no final de todos os seus dias, mas também das muitas viagens que fez à Síria, Iraque, Israel, entre outros países, nos quais encontrou belíssimas livrarias, excelentes feiras do livro, bons escritores, “e pessoas que gostam de ler e que se orgulham dos seus escritores, que escrevem bem, com dignidade”.