De acordo com o Plano de Desconfinamento, aprovado pelo Governo no Conselho de Ministros do passado dia 30 de abril, terá início a partir de hoje, dia 4 de maio, a reabertura gradual e faseada de espaços comerciais, empresas, indústrias, unidades hoteleiras, escolas, equipamentos sociais, serviços de entretenimento e cultura, entre outras instalações que estiveram encerradas durante o estado de emergência.
A empresa municipal Águas de Coimbra alerta para os cuidados a ter com a limpeza das redes prediais de água. O período de encerramento destes edifícios poderá ter provocado alterações na qualidade da água que ficou estagnada no interior das redes prediais, em contacto com os materiais das redes (tubagem, hidropressores, reservatórios, soldaduras e acessórios) e sem a quantidade mínima de desinfetante residual.
A Águas de Coimbra cumpre com rigor o Programa de Controlo de Qualidade da Água (PCQA), aprovado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), colhendo amostras em torneiras de consumidores ao longo de toda da rede de distribuição e realizando as análises obrigatórias associadas dos parâmetros definidos.
Para além deste programa, obrigatório e definido na legislação em vigor, a Águas de Coimbra executa também um Plano de Controlo Operacional (PCO) com o objetivo de avaliar e controlar a qualidade da água na rede geral de distribuição, em diversos locais, como pontos de entrega das entidades gestoras em alta, reservatórios, bocas de incêndio e também em torneiras de consumidores.
Ao longo deste período de pandemia, a Águas de Coimbra tem assegurado o controlo da qualidade da água em toda a rede de distribuição de água que está à sua responsabilidade.
Para que a qualidade da água fornecida pela Águas de Coimbra – que é entregue ao cliente à entrada dos edifícios, no ramal de ligação -, não sofra alterações até chegar às torneiras, são recomendadas medidas de conservação e manutenção das redes prediais domésticas ou privadas, da responsabilidade dos clientes e proprietários das instalações.
A Águas de Coimbra recomenda que, previamente à abertura das instalações que tenham estado encerradas por um longo período, os responsáveis pelas redes prediais implementem um conjunto de boas práticas de limpeza e higienização. São elas:
– Sempre que existam reservatórios de água, fria ou quente, será importante assegurar que estes sejam esvaziados, limpos e desinfetados.
– Caso não seja possível esvaziar os reservatórios e/ou termoacumuladores de água quente, ou após o seu enchimento, deverá manter-se a temperatura no equipamento a 70ºC, durante uma a duas horas antes da sua colocação ao serviço, de modo a garantir uma temperatura mínima de 50ºC em qualquer ponto da rede de água quente e, em particular, nos pontos mais afastados ou no circuito de retorno (se existente).
– Em todas as redes prediais, e de modo a promover a renovação da água nas tubagens, realizar descargas em todos os dispositivos de água quente e de água fria (torneiras, chuveiros, válvulas de descarga de extremidade), durante dois a cinco minutos, de forma sequencial (dependendo da dimensão da rede) e efetuar, no mínimo, duas descargas por autoclismo.
– Efetuar a limpeza de todas as torneiras e cabeças de chuveiro procedendo da seguinte forma:
- a) Torneiras sem filtro ou cabeças de chuveiro não desmontáveis – limpar o exterior com detergente, desinfetar o interior envolvendo num pano embebido ou mergulhando com a ajuda de um recipiente numa solução de lixívia comercial 0,1 % de cloro ativo ou com álcool etílico a 70%, aguardar alguns minutos e abrir a torneira durante alguns segundos para eliminar o desinfetante que ainda possa existir.
- b) Torneiras com filtro ou cabeças de chuveiro desmontáveis – retirar e desmontar os filtros existentes e passar com uma escova para eliminar sedimentos, mergulhar as peças numa solução de lixívia comercial 0,1 % de cloro ativo ou com álcool etílico a 70%, durante 30 minutos, recolocar as peças no seu local de utilização e abrir a torneira durante alguns segundos para eliminar o desinfetante que ainda possa existir.
– Para preparar uma solução 0,1 % de cloro ativo a partir de uma lixívia com hipoclorito de sódio a 3% de cloro ativo, usar cerca de 30 ml de lixívia (6 colheres de chá) para um litro de água. Para preparar uma solução 0,1 % de cloro ativo a partir de uma lixívia com hipoclorito de sódio a 5% de cloro ativo, usar cerca de 20 ml de lixívia (4 colheres de chá) para um litro de água.
– Se a rede predial possuir algum tipo de sistema de filtração este deverá também ser limpo e desinfetado.
– Verificar o correto funcionamento de todos os dispositivos e acessórios da rede como válvulas de segurança, válvulas antirretorno, válvulas redutoras de pressão, vasos de expansão, etc..
– Principalmente, em centros comerciais, hotéis, ginásios e estabelecimentos onde se prestam cuidados de saúde deve avaliar-se o risco de proliferação de Legionella, fazendo, se necessário, o despiste da análise de Legionella na água, em alguns pontos críticos do sistema predial.
– Sempre que possível e, principalmente, em grandes edifícios ou edifícios de maior criticidade, como as escolas, estabelecimentos onde se prestam cuidados de saúde, centros comerciais ou outros, deverá avaliar-se a eficácia das medidas implementadas através da análise de alguns parâmetros indicadores, como o pH, a condutividade e o desinfetante residual, que não deverão sofrer alterações assinaláveis ao longo da rede predial.
– A Águas de Coimbra alerta, ainda, para a necessidade de recorrer ao apoio de empresas especializadas em limpeza e desinfeção de redes prediais nas situações mais complexas.