O programa eleitoral do candidato do PS, Francisco Rolo, à Câmara de Oliveira do Hospital, está a ser preparado pelo antigo vereador do PSD e conhecido dirigente sindical, José Ricardo Coelho.
Em entrevista ao jornal Folha do Centro, o candidato do PS, atual vice-presidente da Câmara oliveirense começa por desmentir divergências quanto à sua escolha para cabeça-de-lista.
“Essas notícias são desfasadas da realidade. Houve, há vários meses, uma reunião, onde esteve presente o executivo- o seu presidente e os vereadores, e o senhor presidente da Concelhia e onde o meu nome obteve, por unanimidade, o apoio do atual executivo. Depois disso, houve também o total apoio da senhora presidente da Assembleia Municipal. Depois, houve aqui uma reunião do Secretariado do PS onde o meu nome foi aprovado por unanimidade por todos os membros, sejam os membros da CPC, sejam os membros da JS e, no passado sábado, foi aprovado pela Comissão Política de Federação, onde o meu nome foi aprovado por unanimidade e aclamação. Ora, foi isto desfaz qualquer especulação sobre a unanimidade da minha escolha para encabeçar um projeto político abrangente, supra partidário, aberto à sociedade civil, com gente que tem ligações ao PS, mas também com cidadãos que não têm filiação partidária”, revelou.
Rolo diz-se também “preparado, capacitado e com o reconhecimento externo que me permite ir para estas eleições com confiança e com a segurança de que sou uma solução de diálogo, de concertação, de capacidade”.
Deixa prioridades caso seja eleito presidente: “o Município de Oliveira do Hospital colocará na primeira linha de preocupações a recuperação do concelho pós pandemia. Mas não vamos parar. Teremos a atenção e a proximidade para acompanhar as famílias, as empresas, as instituições, as coletividades, com muita atenção ao emprego, à manutenção de postos de trabalho, muito apoio e acompanhamento às empresas para que retomem a sua atividade e posso dizer que, nas últimas semanas, estamos em contacto permanente com o Ministério do Trabalho e da Segurança Social, assim como do Ministério da Economia, da CIM Região de Coimbra para antever soluções e preparar respostas e naturalmente a seguir, temos que apostar num novo modelo empresarial para o concelho de Oliveira do Hospital”.
Sobre a candidatura de Francisco Rodrigues como cabeça-de-lista do PSD, antigo braço direito do atual presidente, José Carlos Alexandrino, “surpreende-nos essa candidatura porque creio que o Prof. José Carlos Alexandrino em face da confiança que transmitiu e das competências que atribuiu merecia outra lealdade. Mas, como estamos em época pascal, e sem querer ferir sensibilidades religiosas, eu diria que Cristo também andou acompanhado por Judas. E acho que a candidatura não traz nada de novo, nem de alternativo. É um claro regresso ao passado que encerrámos em 2009. Os nossos propósitos são outros. Não há arrogância, nem projetos pessoais, nem ambições pessoais. O projeto que eu lidero é um projeto abrangente, e que está pronto e preparado para servir Oliveira do Hospital”.
Mas deixa mais farpas ao candidato social-democrata, quando questionado sobre o facto de Francisco Rodrigues continuar a dizer que muitas das obras que neste momento estão em curso em Oliveira do Hospital se devem ao seu trabalho e à sua coordenação. “Isso não merece qualquer crédito. Não faz sentido ele continuar a reclamar para si essas obras e esses projetos. Há uma diferença entre gerir tabelas de excel e preencher formulários de candidatura e a capacidade de, na CCDR ou junto do Governo, à mesma das negociações, obter os meios financeiros para financiar projetos. Ser técnico é uma função e ser líder, com capacidade negocial é uma coisa completamente distinta. Considero mesmo um abuso tomar para si aquilo que são conquistas de um executivo liderado por um homem que trabalhou 365 dias por ano para captar meios financeiros e projetos de investimento e financiamentos ao nível de fundos comunitários e estamos a falar de 31 milhões de euros de investimento em fundos de investimento que foram captados por este executivo liderado pelo Prof. José Carlos Alexandrino. Acho um absurdo e acho até desqualificador alguém tomar para si aquilo que foi trabalho de outrem. Faz-me lembrar aquela história dos cucos que metem os ovos nos ninhos das outras aves, tomando-as como suas”.