A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) Coimbra lançou um concurso, no valor de um 1,1 milhão de euros (+IVA), para a construção da Casa dos Afetos, em Arganil.
“Este futuro lar residencial, com capacidade para 18 pessoas, é um sonho que nasceu há 15 anos e funcionará como complemento do Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão da APPACDM Coimbra que também funciona em Arganil”, adianta em comunicado a APPACDM.
A Casa dos Afetos é uma “antiga aspiração da população de Arganil, que tem vindo a mobilizar-se para apoiá-la e, através da angariação de fundos em vários eventos, já conseguiu reunir cerca de 150 mil euros”.
“Houve sempre grande envolvimento de toda a população para a realização deste projeto; é maravilhoso receber este apoio tão generoso, por parte dos arganilenses, a um projeto tão bonito, que nos une a todos”, elogia a presidente da APPACDM Coimbra, Helena Albuquerque.
A Casa dos Afetos irá nascer num imóvel situado muito próximo da Câmara Municipal de Arganil, no coração desta vila. Trata-se de uma caraterística rara, uma vez que, normalmente, estes equipamentos são colocados nas periferias. “Isto é único na região e, mesmo a nível nacional, é dos poucos; o mais comum é estes projetos irem para as periferias”, assinala Helena Albuquerque.
A inserção da Casa dos Afetos no centro de Arganil confere “vantagens na inclusão das pessoas que irão beneficiar da estrutura e também de proximidade para os pais que, com o avançar da idade, tendem a ter maiores limitações de mobilidade”.
“É uma mais valia extraordinária, esta centralidade contribui, em grande medida, para a inclusão social e comunitária dos nossos clientes”, salienta a presidente da APPACDM Coimbra.
O imóvel onde irá surgir a Casa dos Afetos encontra-se devoluto há muito tempo. Pertenceu à Direção Regional de Educação do Centro e servia para acolher alunos da região que iam estudar para Arganil. Há alguns anos, a Câmara de Arganil ficou na posse da casa, através de uma permuta de terrenos, e, posteriormente, cedeu o respetivo direito de superfície à APPACDM Coimbra para este fim específico.
“Antes da pandemia e da inflação provocada pela guerra na Ucrânia, o projeto estava orçado em 700 mil euros. Nessa altura, a APPACDM Coimbra concorreu à terceira geração do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) e conseguiu obter um financiamento de 500 mil euros. O auxílio do PARES garante ainda apoio na fase de funcionamento, de acordo com o número de clientes”, revela ainda a APPACDM
Além dos 150 mil euros reunidos pela população, a APPACDM espera “obter um contributo por parte da Câmara de Arganil num montante que poderá superar os 100 mil euros. Além disso, se a obra se iniciar até ao próximo dia 30 de junho, o programa PARES confere mais 10% de verba. Para conseguir a quantia restante, a APPACDM Coimbra continua a contar com o envolvimento da comunidade arganilense e, se necessário, deverá contrair um empréstimo bancário”. Para Helena Albuquerque não restam dúvidas: “Nós vamos fazê-lo, a obra é para começar muito brevemente.”
“Numa altura em que os portugueses entregam as suas declarações de IRS, a APPACDM Coimbra apela aos contribuintes para que doem 0,5% do seu IRS à instituição. Não tem qualquer custo para o contribuinte e ajuda a APPACDM Coimbra a criar cidadania, competências e felicidade. É muito simples, tanto na declaração eletrónica (Pré liquidação/consignação) como em papel (quadro 11): basta selecionar Instituições Particulares de Solidariedade Social ou pessoas coletivas de utilidade pública e inserir o NIF da APPACDM Coimbra: 504 646 729”, diz a concluir.