A Associação Académica de Coimbra (AAC) enviou hoje uma carta ao primeiro-ministro e ao ministro da Educação, “expressando a sua profunda preocupação e oposição face à notícia do possível descongelamento das propinas no ensino superior”, refere hoje em nota a AAC.
Na missiva, a AAC alerta para as “graves consequências desta medida, que considera ser um retrocessoinaceitável no acesso universal e democrático à educação superior em Portugal”.
“Num contexto de crise económica, com a inflação e os custos de habitação a dispararem”, a AAC sublinha que “qualquer aumento das propinas apenas agravará as desigualdades sociais, forçando muitos estudantes a abandonar os seus estudos por razões financeiras”.
A Associação lembra que, de “acordo com dados recentes, as taxas de abandono escolar já estão a aumentar e que esta medida contribuirá para agravar ainda mais essa situação”.
Renato Daniel, presidente da Associação Académica de Coimbra, reforçou a posição da AAC, afirmando: “Este é um grave retrocesso no acesso ao Ensino Superior. Retrocesso esse que a Académica de Coimbra não deixará passar impune. Responderemos de forma adequada a um aumento incompreensível das propinas”.
A AAC destaca que a educação é um direito universal e que qualquer tentativa de limitar este direito será firmemente contestada.
A carta enviada apela ainda para a importância de um ensino superior acessível e inclusivo, defendendo que o Estado tem o dever de garantir que nenhum estudante seja excluído por razões financeiras.
A AAC solicitou uma audiência urgente com o Primeiro-Ministro e o Ministro da Educação para discutir esta questão e explorar soluções que preservem o acesso democrático à educação superior em Portugal.
A Associação Académica de Coimbra reafirma o seu “compromisso de continuar a lutar pelo direito de todos os estudantes a uma educação de qualidade e acessível, e está preparada para tomar as medidas necessárias para impedir que o descongelamento das propinas avance”.