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Aumentam pedidos de ajuda no Serviço SOS Pessoa Idosa da Fundação Bissaya Barreto em 2019

A Fundação Bissaya Barreto (FBB) de Coimbra revela hoje que aumentaram os pedidos de ajuda no Serviço SOS Pessoa Idosa em 2019.

“Linha com seis anos de existência conta com 1149 contactos, cerca de 70% dos agressores são familiares com destaque para filhos, genros e noras. Número de processos aumenta no período da pandemia”, adianta a Fundação em comunicado.

Em 2019 registaram-se 331 pedidos de ajuda no serviço SOS Pessoa Idosa. “Foram tratados internamente 268 processos e efetuadas 504 articulações interserviços (com a Segurança Social, redes locais de intervenção, IPSS, autarquias, unidades de saúde, forças de segurança, entre outros), representando um aumento de cerca de 3%, em relação ao ano anterior”, refere a FBB.

Desde o início da Linha SOS Pessoa Idosa, em 2014 até final de 2019 “contabilizaram-se 1149 pedidos de ajuda, que resultaram na abertura de 973 processos internos e na realização de 1616 articulações”.

Dos 268 processos internos, abertos em 2019, foram “encaminhados 249 que estão a ser acompanhados por várias entidades. A maioria dos casos refere-se a denúncias de situações de violência sobre mulheres idosas: 62% dos casos a mulheres, quase metade destas, viúvas 48%, com uma média de idades entre os 80 e 84 anos 23% e que vivem sozinhas”.

“Grande percentagem das vítimas não tem rede de suporte formal, ou é desconhecida, e apresenta um grau de demência ou outro tipo de declínio cognitivo, como o Alzheimer, deterioração cognitiva causada por AVC”, diz ainda a FBB.

Em relação ao denunciante “cerca de 71% são mulheres, a denúncia é feita pelo próprio em 19% dos casos, pelos vizinhos 17% e pelos filhos 16%”.

Nas denúncias efetuadas ao Serviço SOS Pessoa Idosa, no ano de 2019, “cerca de 70% dos indivíduos maltratantes estão identificados como familiares, pelo que se pode inferir que a relação entre a vítima e o agressor é, na maior parte dos casos, de parentesco. Cerca de 56% dos agressores são filhos das vítimas”.

Dos agressores, 41% são filhos, homens com média de 50 anos (sendo o intervalo de idades mais frequente o que se encontra compreendido entre os 50 e os 59 anos 25%) e 33% dos indivíduos identificados são solteiros.

Em 38% dos casos é o filho que maltrata a mãe e 21% é a percentagem que diz respeito aos maltratos da filha para com a progenitora.

Em 2020, desde 16 de março, a Linha SOS Pessoa Idosa abriu 59 processos. “O serviço tem notado um aumento no número casos relacionados com situações de negligência, abandono, autonegligência, falta de cuidados de saúde, de carência alimentar e de ausência de quem assegure a higiene pessoal e a salubridade do espaço habitacional. Nestas situações a solidão e o isolamento social surgem como principais fatores de risco”, adianta.

Relativamente às situações de violência psicológica, violência física e abuso financeiro, “continuam a surgir com igual frequência à que se verificava antes da situação atual, sendo que a coabitação entre vítima e agressor, a demência da vítima, a doença mental do agressor, e os conflitos familiares decorrentes de partilhas, heranças e reformas, surgem como principais fatores de risco. Atualmente o Serviço tem 1079 processos e, regista 1300 apelos / pedidos de ajuda / orientação”.

O Serviço SOS Pessoa Idosa é uma “resposta de intervenção social, criado em maio de 2014 pela Fundação Bissaya Barreto, que integra uma linha gratuita de atendimento telefónico 800 990 100, um serviço de atendimento direto e personalizado e um serviço de mediação familiar”, frisa a concluir.