Os 5ª Punkada receberam ontem, 21 de junho, o Prémio Acesso Cultura, numa cerimónia que decorreu na Biblioteca Marvilha, em Lisboa.
Durante a cerimónia de entrega de prémios foi destacado o percurso de quase 30 anos da banda pop/rock da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC) e a sua relevância no contexto da promoção do acesso de todos à participação cultural.
Na avaliação do júri, foi destacado em particular o alto valor do grupo para a representação das pessoas com deficiência em locais de liderança e participação artística. Foi ainda valorizado o papel da parceria entre a APCC, a Omnichord e a Ccer Mais, que permitiu gravar e editar em 2021 (com o apoio do INR – Instituto Nacional para a Reabilitação) o disco de estreia dos 5ª Punkada, “Somos Punks ou Não?”, que contou com os convidados Surma e Victor Torpedo e a produção de Rui Gaspar, dos First Breath After Coma.
“Esse viria a ser o início de um novo capítulo na história dos 5ª Punkada, em que se seguiram uma digressão por várias cidades, o lançamento de um documentário, a estreia em três dos melhores festivais de música nacionais, uma nomeação para os Prémios Play ou, mais recentemente, um convite dos Coldplay para partilhar o palco no último concerto da banda britânica em Portugal”, refere a associação. Para a associação Acesso Cultura, “a atribuição deste galardão foi também um reconhecimento público de todas as entidades envolvidas, enquanto exemplo de integração social, intelectual e física”.
Atualmente, os 5ª Punkada são Fausto Sousa (voz e soundbeam), Fátima Pinho (teclas), Jorge Maleiro (guitarra e voz), Miguel Duarte (bateria) e Paulo Jacob (guitarra e voz), mas também já integraram a banda Adelaide Serafino, Francisco Sousa, Luís Pedro Madeira, Márcio Reis, Marco Nuno e Ricardo Sousa. Contam no currículo com mais de 300 atuações ao vivo, em Portugal e no estrangeiro, muitas vezes em nome próprio e várias outras em parcerias artísticas e musicais com instituições e coletivos de referência.
O Prémio Acesso Cultura foi lançado em 2014 com os objetivos de distinguir, divulgar e promover entidades e projetos que se diferenciam por políticas exemplares e de boas práticas na promoção das condições de acesso à participação cultural em Portugal e de criar exigência junto dos públicos com vista à melhoria da acessibilidade, assumida como um todo. Em 2023, o júri foi constituído por Ana Braga (museóloga), Lara Seixo Rodrigues (curadora e programadora cultural) e Mickaella Dantas (bailarina).