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BE acusa empresa Aquinos de impor férias de forma ilegal aos trabalhadores

O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Viseu denunciou publicamente a empresa Aquinos, com sede em Tábua, distrito de Coimbra, mas com unidades industriais também em Nelas e Carregal do Sal, no distrito de Viseu, por estar a “impor férias de forma ilegal aos seus trabalhadores”.

Segundo o sindicato, os trabalhadores foram “obrigados a marcar cinco dias de férias em março devido à pandemia da covid-19”.

Mas para além das informações denunciadas pelo Sindicato, a Comissão Coordenadora Distrital de Viseu do Bloco de Esquerda tem “conhecimento de outros abusos laborais que a empresa está a praticar contra os seus trabalhadores, nomeadamente a retirada dos prémios de produção; retirada de uma parte do subsídio de turno e aumento de mais meia hora de trabalho não remunerado para quem trabalha por turnos”, revela em comunicado.

“As férias, tal como denunciou o Sindicato, foram alteradas sem acordo prévio, houve cortes no subsídio de turno e no prémio de produção mensal e também houve um aumento do horário laboral para quem trabalha por turnos”, refere.

O BE acredita que esta situação “não passa de uma estratégia concertada da administração para fazer crer aos trabalhadores que os seus postos de trabalho estão em risco devido à crise”.

A Comissão Coordenadora Distrital de Viseu do Bloco tem “conhecimento que os números da produção das várias unidades industriais do Grupo Aquinos, nomeadamente Tábua, Nelas e Carregal do Sal, estão quase no mesmo patamar de produção que estavam antes da pandemia da covid-19, no entanto agora com menos trabalhadores devido à vaga de centenas de despedimentos que aconteceu por causa do novo coronavírus”.

Segundo o BE a estratégia do Grupo Aquinos é que os “trabalhadores paguem a crise da covid-19 através de cortes nos prémios e subsídios, imposição de mais meia hora de trabalho não remunerado, imposição de férias e o despedimento em massa de centenas de trabalhadores como aconteceu durante o período crítico da covid-19, mas isto contrasta claramente com anúncio feito no início do ano de uma faturação superior a 360 milhões de euros em 2019 e onde a exportação representou 90% da produção do Grupo”.

O Grupo Aquinos labora no ramo industrial da fabricação de sofás e colchões e conta com unidades industriais em várias parte do mundo. Em Portugal, conta com fábricas em Tábua (Coimbra), Nelas e Carregal do Sal (Viseu) e a faturação tem vindo a aumentar cada vez mais nos últimos anos, mas a empresa continua a praticar baixos salários e a culpar os trabalhadores quando algo menos bom acontece, tal como podemos ver com a gestão de presente crise da covid-19.

A Comissão Coordenadora Distrital de Viseu do Bloco de Esquerda deu “conhecimento desta situação, referente aos Aquinos, à ACT de Viseu”.

A CentroTV contatou o grupo Aquinos para se pronunciar sobre estas denúncias do BE, mas até ao momento não obteve resposta.