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Birdman e Grand Budapest Hotel foram os grandes vencedores dos Óscares

“Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)” foi o grande vencedor dos Oscars, ao conquistar quatro estatuetas, entre elas a de Melhor Filme e Melhor Realizador.

“Grand Budapest Hotel” também venceu em quatro categorias, maioritariamente técnicas.

A 87.ª edição dos Oscars prometia uma disputa renhida entre “Birdman”, de Alejandro González Iñárritu, e “Boyhood – Momentos de Uma Vida”, de Richard Linklater, com as categorias de Melhor Filme e Melhor Realizador em aberto, ao contrário do que acontecia nas restantes, em que os vencedores eram praticamente dados como certos – tal como veio a confirmar-se.

Mas a longa-metragem de Iñárritu sobre um ator à procura de recuperar a carreira levou a melhor, conquistando quatro dos nove Oscars para que estava nomeado: Melhor Filme, Realizador, Argumento Original e Fotografia.

O realizador mexicano confessou que a ideia deste filme era “maluca” e acrescentou: “não sei como é que chegámos aqui”. A verdade é que chegou e conquistou os primeiros Oscars da sua carreira, dedicados ao povo mexicano numa mensagem onde se desculpou por “falar mal inglês”.

Na hora dos agradecimentos, o realizador fez questão de destacar o apoio do ator Benicio del Toro e do conterrâneo Alfonso Cuarón, vencedor do Oscar de Melhor Realizador no ano passado. Com um palmarés notável na bagagem, “Boyhood” conseguiu apenas um dos seis Oscars para que estava nomeado.

Patricia Arquette foi distinguida na categoria de Melhor Atriz Secundária, sem surpresas, depois de ter dominado a temporada de prémios que antecede os Oscars. Em palco, a atriz agradeceu ao elenco e a toda a equipa que integrou este filme-fenómeno rodado ao longo de 12 anos, que retrata a vida e crescimento de um jovem e da sua família. Num discurso sentido, a atriz, de 47 anos, aproveitou a oportunidade para erguer a voz em defesa da igualdade de direitos para as mulheres, o que lhe valeu um aplauso sonora da plateia do Dolby Theatre. Os discursos políticos também se fizeram ouvir pela voz de Lonnie Lynn e John Legend, vencedores do galardão para Melhor Canção Original com “Glory”, do filme “Selma – A Marcha da Liberdade”.

Antes de receber o prémio, o cantor John Legend já havia emocionado a plateia com as palavras que marcam o ritmo do filme sobre a marcha de Martin Luther King pelo direito de voto dos negros na América.

Volvidos 50 anos sobre este momento histórico, Legend fez questão de sublinhar que “Selma é agora, porque a luta pela liberdade e pela justiça também precisa de ser feita agora.” O auditório levantou-se para o aplaudir, numa ovação emocionada.

Nas categorias de interpretação, além de Patricia Arquette, a cerimónia premiou os nomes que todos esperavam ouvir: Eddie Redmayne (Melhor Ator), J. K. Simmons (Melhor Ator Secundário) e Julianne Moore (Melhor Atriz).

Todos eles distinguidos pela primeira vez. Aos 33 anos, o britânico Eddie Redmayne recebeu o primeiro Oscar pela interpretação do físico Stephen Hawking, no filme biográfico “A Teoria de Tudo”. Este foi, aliás, o único Oscar que o filme de James Marsh venceu. Num discurso emocionado e divertido, Redmayne afirmou que o galardão pertence a todos os que se debatem com a mesma doença do físico e à família deste, prometendo tomar bem conta da estatueta.

A saúde também esteve em destaque no discurso de Julianne Moore, que, aos 55 anos, venceu o primeiro Oscar com o papel de uma mulher que descobre sofrer da doença de Alzheimer, em “O Meu Nome É Alice”. Num discurso onde houve espaço para muitos sorrisos mas também para mensagens sérias, Moore destacou que “há muitas pessoas com esta doença que se sentem sozinhas, marginalizadas, e é importante o cinema dar-lhe visibilidade para que se encontre uma cura”.

Aos 60 anos, e com carreira já longa, J. K. Simmons recebeu o primeiro Oscar pelo seu papel em “Whiplash – Nos Limites”, onde dá corpo a um severo e perfecionista professor de música. J. K. Simmons recebeu a estatueta dourada das mãos de Lupita Nyong’o, a vencedora do Oscar de Melhor Atriz Secundária no ano passado, com um agradecimento especial à mulher e à família.

“Whiplash – Nos Limites”, do jovem realizador Damien Chazelle, acabou por ser uma das surpresas da noite, vencendo também nas categorias de Melhor Mistura de Som e Melhor Montagem, destronando grandes nomes de Hollywood. Com apenas um Oscar ficaram “O Jogo da Imitação” (Melhor Argumento Adaptado), “Sniper Americano” (Melhor Edição de Som) e “Interstellar” (Melhores Efeitos Visuais).

Fonte: JN