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Câmara de Coimbra apresenta Plano de Contingência para o consumo de água de rega

A Câmara Municipal (CM) de Coimbra vai analisar e votar na próxima Reunião de Câmara, dia 5 de junho, o Plano Municipal de Redução e Contingência para o consumo de água de rega de Espaços Verdes para 2023.

“Este ano, pretende-se reduzir mais o consumo de água de rega, na ordem dos 10%, relativamente a 2022, ou seja, um consumo total abaixo dos 120.000m3”, adianta em nota a autarquia.

Tendo em conta que a “recorrência dos períodos de seca severa e extrema em território nacional têm vindo a ser mais frequentes em virtude dos efeitos provocados pelas alterações climáticas, a Divisão de Espaços Verdes e Jardins do Departamento de Espaço Publico da CM de Coimbra elaborou um plano de ação para a diminuição/racionamento dos consumos de água de rega nos espaços públicos do Município”.

O objetivo do Plano, que será votado na próxima reunião de Câmara, passa por “adaptar o Município ao momento sensível que o território nacional atravessa, na incerteza e imprevisibilidade da duração e severidade/ extremidade do estado de seca, de modo a mitigar o impacto nos stocks de água da rede pública necessários ao abastecimento das populações”, tal como refere a informação dos serviços municipais.

Em 2023, “pretende-se reduzir o consumo de água de rega, na ordem dos 10%, relativamente a 2022, ou seja, um consumo total abaixo dos 120.000 m3. De acordo com os dados do plano, em relação ao consumo de água de rega (em m3), nos últimos dois anos, verificou-se um decréscimo de 14.717 m3 de consumo de água de rega – redução de aproximadamente 10% em 2022 quando comparado com 2021”, sublinha ainda o município.

Esta redução é “ainda mais relevante se se tiver em conta que o ano de 2022 foi, substancialmente, mais quente, em duração e em intensidade, que 2021 e, portanto, muito mais exigente ao nível da rega dos espaços verdes e árvores”, frisa o plano.

O plano tem duas fases distintas que “dependem da evolução meteorológica nacional e das consequentes decisões nacionais ou autárquicas, com vista a garantir a proteção do uso do recurso água”.

Na primeira fase, estão previstas medidas de redução, desde o início de maio até ao final de outubro ou até o início do período de chuvas. Neste período, vão ser implementadas todas as medidas no sentido de minimizar o consumo e garantir um uso equilibrado e eficiente. Vai haver ainda uma monotorização constante dos consumos, visando a detenção imediata de fugas e de consumos excessivos, em estreita articulação com a Águas de Coimbra.

A rega de árvores através de cisternas móveis “será efetuada somente com água captada no rio Mondego, tal como já aconteceu no verão passado; os sistemas de rega automática de relvados serão programados para rega alternada (dia sim, dia não) e, somente, durante o horário noturno”.

Vai também “privilegiar-se, sempre que for possível, tanto do ponto de vista funcional e ornamental, a adoção de prados mediterrânicos”, realça.

Adiantando que vai ser ainda “lançada uma campanha de sensibilização para a importância dos prados mediterrânicos e vai privilegiar-se o uso de água do rio em fontes ornamentais (exemplo, o Parque Verde do Mondego)”.

Já na segunda fase “constam medidas críticas e de contingência, que podem acontecer a qualquer altura, sempre que se justificar, por decisão do executivo municipal. São medidas enquadradas num cenário de crise de escassez de água e que obrigam a tomadas de medidas urgentes e extremas. Só poderão ser aplicadas localmente se, entretanto, não tenham sido decretadas pela administração central outras medidas especificas que o impeçam”.

Prevê-se, nesta fase, a redução da rega de modo a garantir os níveis de rega tidos como mínimos para assegurar a manutenção e sobrevivência dos jardins históricos ou área de influência da proteção da UNESCO (Avenida Sá da Bandeira, Portagem, Penedo da Saudade, Arcos do Jardim e Parque Manuel Braga, rotunda João Paulo II).

“Vai passar-se a rega diária para rega alternada (dia sim, dia não) dos espaços abastecidos com água do rio Mondego, captada a jusante da Estação de Captação de Água da Boavista, sempre que o nível do rio permita o funcionamento das bombas de captação (Parque Verde do Mondego – margem direita e esquerda, Parque Manuel de Braga, Avenida de Conimbriga, Zona Pedonal Aeminium) desde que não seja decretada a sua proibição nacional”, diz ainda a edilidade.

Ainda nesta fase, “prevê-se que os abastecimentos do Horto Municipal se mantenham, assegurados pelo sistema de adução do regadio do Baixo Mondego. Poderão suspender-se a plantação de flores de época Primavera/Verão, assegurando a manutenção dos respetivos canteiros com enchimento de mulch (estilha de madeira), bem como a suspensão da plantação de novas árvores, assegurando-se a rega apenas das árvores plantadas nos últimos dois a três anos”, conclui.