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Câmara de Coimbra recupera esculturas de Rui Chafes

A Câmara de Coimbra (CMC) está a recuperar o conjunto escultório de sete peças de Rui Chafes, que se encontra no Jardim da Sereia, e cuja doação à autarquia foi formalizada em fevereiro.

Uma intervenção que implica a reparação, limpeza, pintura, alinhamento e reposicionamento das esculturas e que tem um custo estimado de 6900 euros.

O presidente da CMC, Manuel Machado, visitou ontem o local e teve conhecimento que uma das peças já intervencionada voltou a ser alvo de atos de vandalismo.

“É inadmissível”, considerou o autarca, defendendo que quem pratica este tipo de crimes, bem visíveis em vários locais daquele jardim, deve ser punido, de acordo com a lei.

São sete peças escultóricas da autoria de Rui Chafes, que se encontram instaladas no Jardim da Sereia desde 2004 e que, agora, depois de formalizada a doação das obras à CMC, a autarquia está a recuperar, pois além da degradação normal que sofreram devido à exposição direta aos elementos, foram alvo de atos de vandalismo, tendo sido descaracterizadas com pinturas e escritos.

O trabalho de recuperação foi entregue à empresa Sucessabstrato, Lda. – Serralharia Civil e a empresa foi escolhida por indicação do próprio Rui Chafes. O presidente da CMC e a vereadora da Cultura, Carina Gomes, estiveram no local com o intuito de acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos de reparação das obras e ficaram a saber que uma das peças, já intervencionada, voltou a ser alvo de atos de vandalismo praticados recentemente.

A escultura encontrava-se pintada com marcador e com o que aparentava ser tinta de caneta corretora, apresentando frases provocatórias. Um ato que nada tem a ver com arte, já que apenas tem o propósito de danificar uma peça artística, que tem como função o embelezamento de um espaço público e que é património municipal.

“Este atos são crimes e quem os pratica deve ser punido, de acordo com o que diz a lei”, defendeu Manuel Machado, recordando que o Código Penal faz referência aos atos de vandalização do património, estabelecendo penas de prisão para “quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável coisa alheia”, tal como espaços monumentalizados, de culto religioso ou de valor científico, artístico e histórico.

Refira-se que o conjunto escultórico de Rui Chafes foi cedido à autarquia no âmbito do projeto “Espelho da Sereia”, desenvolvido pelo CAV – Encontros de Fotografia Associação Cultural e Recreativa, em 2004, no âmbito de um contrato programa estabelecido entre a CMC e a Associação para o Desenvolvimento do Turismo na Região Centro.

Contudo, como não existia uma deliberação a aprovar a sua aceitação por parte da CMC, nem registo em inventário municipal (apenas documentos que referiam a doação das esculturas à autarquia), a formalização da doação só veio a acontecer este ano, com o assunto a ser aprovado, por unanimidade, na reunião do executivo municipal de 29 de fevereiro.