A comissão organizadora do Jubileu de Santo António e dos Mártires de Marrocos, em estreita colaboração com o Mensageiro de Santo António, lança amanhã, Dia Mundial dos Pobres, pelas 11h00, a campanha solidária “Cabo Delgado quer paz”, a favor das vítimas da guerra em Cabo Delgado, Moçambique.
A apresentação da campanha, que irá decorrer no Mosteiro de Celas, será feita pelo Frei Domingos Celebrin, pároco de Santo António dos Olivais em Coimbra, num momento que contará com a presença online do Bispo de Pemba, Dom Luiz Fernando Lisboa, que se quis associar ao arranque desta iniciativa.
Na sequência da última sessão de “Diálogos com António: Ninguém fica para trás”, organizado no âmbito do Jubileu dos Mártires de Marrocos e da Vocação Franciscana de Santo António, no passado dia 1 de novembro, fomos convocados a passar das palavras à ação, no que diz respeito ao drama dos deslocados em Moçambique, na região de Cabo Delgado.
O testemunho marcante de Dom Luiz Fernando Lisboa, Bispo de Pemba, inspirou-nos a lançar esta iniciativa de solidariedade a favor dos nossos irmãos que fogem da guerra e se encontram deslocados em situação de extrema privação na Diocese de Pemba. Infelizmente, a ajuda humanitária não tem sido suficiente, dado o elevado número de pessoas deslocadas.
A campanha “Cabo Delgado quer paz” irá decorrer até 17 de janeiro de 2021, o último domingo do Jubileu de Santo António e dos Mártires de Marrocos. Ao longo destes dois meses, a campanha terá como principais objetivos a angariação de fundos a favor da Cáritas da diocese de Pemba; sensibilização da opinião pública para o drama vivido nesta região e oração fraterna a favor dos nossos irmãos moçambicanos que sofrem esta catástrofe humanitária.
A guerra em Cabo Delgado, província do norte de Moçambique, dura há cerca de três anos e já provocou mais de 400 mil deslocados internos e cerca de duas mil vítimas mortais. Esta situação de catástrofe aterradora, tem vindo a agravar-se com inúmeros massacres nos últimos dias. Dom Luiz Fernando Lisboa, Bispo de Pemba, que acompanha pessoalmente a situação no terreno, juntamente com a Cáritas diocesana e outras ONGs, descreve um cenário desolador e de extrema carência vivido pelas populações deslocadas.
E acrescenta que a igreja “nunca pode ficar calada quando vê situações como esta: seria um grave pecado de omissão. O mínimo que podemos fazer é emprestar a nossa voz para que esse povo seja ouvido, para que haja mais fraternidade e para que nós vençamos a indiferença, para que esse problema nos toque a cada um de nós. Não é um problema só daquelas pessoas, é um problema do mundo, é um problema nosso, é um problema de todos”.
Na sua opinião “Não é justo que as pessoas morram de fome, não é justo que as pessoas sejam tratadas daquela maneira. É por isso que temos tentado falar e convidar toda a comunidade moçambicana, mas também internacional, a ser solidária, a viver essa fraternidade de que Francisco fala na sua encíclica” (bispo de Pemba, Dom Luiz Fernando Lisboa, em “Diálogos com António 2020: Ninguém fica para trás”.