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Carregal do Sal, Santa Comba, Tábua e Mortágua têm a água mais cara da região Centro

Nos 25 concelhos com o abastecimento de água mais caro do país, 24 estão entregues a empresas privadas concessionárias, adianta hoje o “Jornal de Notícias”, citando dados da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (Ersar) referentes ao ano passado.

Na região Centro, os concelhos de Carregal do Sal, Santa Comba Dão, Tábua e Mortágua são os que têm a água mais cara.

Santo Tirso (265,49 euros por um consumo mensal de dez metros cúbicos de água), Trofa (265,49 euros), Vila do Conde (246 euros), Carregal do Sal (214 euros); Santa Comba Dão (214 euros), Tábua (214 euros) e Mortágua (214 euros) são os cinco concelhos onde ter água em casa sai mais caro a nível nacional.. No outro lado da balança estão Peso da Régua (43,20 euros), Terras de Bouro (46,50 euros), Penedono (54,87 euros), Alcácer do Sal (56,04 euros) e Almodóvar (56,40 euros).

A Indaqua é a empresa com mais predominância neste ranking dos preços mais elevados. Ao JN, justifica os valores elevados com “o investimento a efetuar pelo operador no município, os custos de operação, o número de clientes que vão suportar estes mesmos custos, assim como a renda a pagar ao município e a qualidade do serviço”.

O regulador do sector defende que agregar os vários sistemas multimunicipais traz vantagens para a “equidade territorial”, mas essa igualdade tem sido alcançada através do aumento dos preços. Em 2017, num relatório posterior a uma auditoria, o Tribunal de Contas sublinhou que a Ersar “não tomou qualquer iniciativa, direta e concreta, com o objetivo de promover, junto dos municípios concedentes, o acatamento de recomendações” como a redução das taxas de rentabilidade dos acionistas e a partilha de benefícios com utentes e autarquias.

Esta falta de ação, juntamente com o custo elevado da água, tem motivado contestação da população em 11 municípios dos distritos de Leiria e Coimbra, geridos pela empresa intermunicipal Águas do Pinhal e onde os aumentos nas faturas chegaram aos 30%. Em Caminha, cujo fornecimento de água está a cargo da Águas do Alto Minho desde janeiro, têm também acontecido protestos populares devido a graves “erros de faturação”, refere o JN.