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Caule preocupada com desinvestimento nas ações de prevenção de fogos

A CAULE – Associação Florestal da Beira Serra, assinalou ontem o Dia Mundial da Árvore, com um claro sinal de alerta.

A poucos meses do início de mais uma época de fogos florestais, a Associação queixa- se de “desinvestimento” nas ações de prevenção, o que a curto prazo, pode ter consequências “terríveis”, sobretudo em zonas de montanha, como é a sua área de intervenção.

Presidente da CAULE, José Vasco Campos, lamenta que depois de anos a investir num modelo de gestão comum da propriedade, através das designadas ZIF (Zonas de Intervenção Florestal), e de uma área beneficiada de mais de 60 mil hectares com ações de defesa da floresta contra incêndios, os apoios a estas medidas estejam a ser direcionados para áreas onde o risco de incêndio é menor, nomeadamente as regiões do Ribatejo e Alentejo.

“Nós necessitamos de maior investimento na prevenção de incêndios florestais, porque esse é o nosso maior flagelo”, apela o dirigente daquela organização florestal, defendendo uma aposta mais séria na prevenção e não no combate “ como tem sido regra até agora”, frisa.

“Há sempre uma tendência política para investir mais no combate do que na prevenção, porque o fogo tem um peso mediático muito forte, enquanto todo o trabalho que é feito ao longo do ano na floresta não é tão valorizado pela sociedade, porque não tem o mesmo impacto mediático”, garante Vasco Campos, que se mostra preocupado com os atrasos com que as medidas estão a chegar ao terreno.

“As medidas florestais do PDR 2020 estão mal desenhadas e direcionadas e beneficiam quem menos precisa delas que é a grande propriedade do sul do país” sustenta o engenheiro florestal, lembrando que o centro e norte de Portugal tem problemas estruturais relacionados com a divisão e abandono da propriedade e com as zonas montanhosas, onde é muito mais difícil e dispendiosa a intervenção.

“Este problema já foi exposto à tutela, esperamos que o senhor ministro seja sensível às nossas questões, porque o país não pode andar sempre a correr atrás do prejuízo”, adverte, no mesmo dia em a associação que lidera leva a cabo várias iniciativas de sensibilização para o público escolar, focadas, este ano, nas ações desenvolvidas de controlo das mimosas, uma espécie invasora responsável pela destruição de alguns ecossistemas florestais.