Cavaco Silva tomou a decisão de indigitar Passos Coelho, líder do PSD, como primeiro-ministro, esta quarta-feira.
A TVI, que está a avançar com a informação, apurou que o Presidente da República já tomou a decisão e a indigitação vai acontecer logo após a audiência com os restantes partidos, que acontecem amanhã e quarta-feira.
Saliente-se que esta notícia surge no dia em que Passos esteve no Palácio de Belém, residência oficial do Presidente, para discutir a “solução de governabilidade” pedida por Cavaco a 6 de outubro.
A coligação Portugal à Frente (PàF) venceu as eleições legislativas a 4 de outubro mas sem maioria absoluta, o que obrigou os líderes da coligação, Passos Coelho e Paulo Portas, a chegarem a um acordo com o PS.
Esse acordo não chegou e o secretário-geral do PS, António Costa, mostra estar mais inclinado a negociar à Esquerda, deixando Passos e Portas de lado.
Esta situação leva a que seja Cavaco a decidir e a indigitar o primeiro-ministro, mesmo sabendo que o programa da coligação possa ser rejeitado pelos deputados e que seja um governo de pouca duração.
Depois de sair do encontro com Cavaco Silva, Passos Coelho falou aos jornalistas, mas sem direito a perguntas.
“Vim informar o senhor Presidente da República das diligências que fiz com vista a criar condições de estabilidade e de governabilidade no país, dado que presido ao partido mais votado nas últimas eleições”, começou por declarar Passos Coelho aos jornalistas, à saída do Palácio de Belém.
Numa audiência que durou cerca de uma hora, o líder do PSD informou o chefe de Estado de que não tinha chegado a acordo com o PS e que nada ficou decidido.
“Compete agora ao Presidente depois de ouvir os restantes partidos, nos termos da Constituição, a indigitação do futuro primeiro-ministro, de acordo com a sua avaliação e julgamento”, sublinhou Passos.
Os restantes partidos com assento parlamentar serão ouvidos entre amanhã e quarta-feira pelo Presidente da República.