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CDS quer Plano Estratégico para o Hospital dos Covões

Através de um projeto de resolução, o Grupo Parlamentar do CDS-PP quer que o Governo elabore os estudos necessários para a definição dos serviços e especialidades em cada um dos hospitais do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, em particular no Hospital Geral (Covões).

Os deputados do CDS-PP propõem também que o Governo assegure que, em cada um dos hospitais do CHUC, cada serviço é dotado dos recursos materiais e humanos necessários ao seu regular funcionamento, que promova, junto do Conselho de Administração do CHUC, a criação de Centros de Responsabilidade Integrada no Hospital Geral (Covões) e que elabore e implemente, com urgência, um Plano Estratégico para aquele hospital.

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) é constituído pelos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), pelo Hospital Geral (Covões), pelo Hospital Pediátrico, pela Maternidade Daniel de Matos, pela Maternidade Bissaya Barreto e pelo Hospital Sobral Cid.

Nos últimos anos, o Hospital dos Covões “tem vindo a ser desfalcado de serviços, recursos humanos e materiais, que têm sido transferidos para os HUC, deixando muitos profissionais desagradados e desmotivados e a população descontente pelo facto do acesso a cuidados de saúde a tempo e horas ficar ainda mais comprometido”. Ao CDS-PP, “não foi facultado qualquer estudo ou fundamentação oficial para esta decisão de “desmantelamento” do Hospital dos Covões”.

Havendo quem defenda a autonomia deste hospital em relação ao CHUC – como o demonstra a Petição nº 89/XIV -, procedendo-se a uma reversão da constituição deste centro hospitalar, o CDS-PP entende que “há que abordar este tema com ponderação e responsabilidade, não atribuindo ao modelo – em si mesmo – problemas que podem resultar não deste, mas de decisões subsequentes”.

O CDS-PP considera que “a abordagem a este problema não passa necessariamente por uma autonomização dos Covões em relação ao CHUC. Uma decisão de separação destas unidades, sem mais, não garantiria que o Hospital dos Covões voltaria a ter os recursos que lhe têm sido retirados e, no nosso entendimento, representaria um retrocesso sobre um modelo válido, que precisa de correções ao nível da execução”.

Um dos caminhos a seguir pode ser a aposta nos Centros de Responsabilidade Integrada (CRI) que, segundo o artigo 9º do Decreto-Lei n.º 18/2017, de 10 de Fevereiro, “são estruturas orgânicas de gestão intermédia que visam potenciar os resultados da prestação de cuidados de saúde, melhorando a acessibilidade dos utentes e a qualidade dos serviços prestados, aumentando a produtividade dos recursos aplicados, contribuindo, para uma maior eficácia e eficiência” e que se constituem “através de formas de organização flexíveis direcionadas para dar respostas céleres e de qualidade às necessidades dos utentes”.

O CDS-PP considera que “os CRI dão resposta a necessidades reconhecidas e que se enquadram nos modelos de autonomia e financiamento que temos vindo a defender. Sendo certo que o CHUC possui três CRI’s – Serviço de Cirurgia Cardiotorácica e Transplantação de Órgãos Torácicos (CCT); Oftalmologia; e Psiquiatria -, nenhum deles, no entanto, está no Hospital Geral. Ora, entendemos que seria de toda a pertinência que, junto do Conselho de Administração, se procedesse a uma avaliação da criação de CRI neste hospital”.

Por fim, e tendo em conta que com a pandemia de COVID-19 se procedeu à criação de um Serviço de Urgência COVID no Hospital dos Covões, “cremos que se reforça a ideia da validade e importância desta unidade e até, prevenindo eventuais situações futuras, ter aqui a flexibilidade para expandir a capacidade de camas de internamento geral e/ou de intensivos”, reforça o CDS-PP.