A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos alerta para a situação dramática do Centro de Saúde de Vouzela uma vez que, nalguns dias da semana, durante o dia, aquela unidade de saúde não tem qualquer médico, colocando em perigo os utentes e criando uma sensação de falsa segurança.
“A sede do centro de saúde onde funciona a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados funciona das 8h00 às 20h00, com Serviço de Atendimento Complementar das 20h00 às 24h00. Há dias sem médico, uma vez que os colegas estão de serviço nas quatro extensões, deixando desfalcada qualquer resposta aos milhares de utentes daquela vila. Foram reportadas, à Ordem dos Médicos, situações de emergência durante esse período que necessitariam de intervenção médica antes de poderem ser encaminhados para uma urgência básica ou médico-cirúrgica”, denuncia Carlos Cortes.
“Estamos a deixar sem resposta a população já muito martirizada. É imoral vestir as vestes da solidariedade e depois tratar os utentes desta forma. O Ministério da Saúde não pode ter um discurso oficial em que finge apoiar as populações do interior e depois ter uma atuação completamente contrária! É desumano porque é estar mentir aos utentes, fazendo crer que existe um serviço que na verdade não têm.”, acusa o presidente da SRCOM.
Perante esta situação anómala, Carlos Cortes aconselha os utentes a informarem-se sobre quais os dias em que não existe apoio médico durante o dia.
“Este Centro de Saúde, dotado de excelentes condições físicas e de profissionais dedicados e empenhados, já tivera inclusivamente um serviço de radiologia que encerrou por falta de recursos humanos e materiais”, acrescenta.
“Estamos perante mais um exemplo incompreensível de má gestão. Este Centro de Saúde tem todas as condições para albergar um atendimento mais diferenciado de urgência mas as instalações não foram aproveitadas, deixando espaços e salas completamente vazias e subaproveitadas”, aponta ainda.
Esta unidade, recorde-se, que integra o Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Dão Lafões, possui perto de 12 mil utentes inscritos. A SRCOM informou já o ACeS e a Administração Regional de Saúde do Centro desta grave situação, a fim de expor os perigos e exigir uma rápida solução para esta unidade de cuidados de saúde primários.