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Cheques em queda, TPA bate recordes: assim vão os pagamentos em Portugal

Se já era percetível que os cheques se estavam a tornar obsoletos e os cartões bancários, especialmente os contactless, estavam a tomar-lhe o lugar, o mais recente relatório do Banco de Portugal (BdP) sobre o histórico da atividade bancária no nosso país veio comprová-lo.

De acordo com os dados do BdP, no ano passado, foram emitidos 15 milhões de cheques (41 mil a circular por dia), o que significa uma quebra de 32% face a 2019. Se recuarmos no tempo até 2001, último ano para o qual o Banco de Portugal apresenta dados, a queda é ainda mais espetacular pois só nesse, existiam 206 milhões de cheques a circular, cerca de meio milhão por dia.

Para além da pandemia ter trazido orientações do regulador e das entidades governamentais para que fosse incentivado o uso do contactless em detrimento do dinheiro físico pela sua maior higiene e rapidez nas transações e do crescimento de formas de pagamento através dos canais digitais, a otimização do trabalho bancário acabou por ter a sua quota parte de influência no descartar do cheque, uma vez que os bancos acabaram por aumentar os preços desta forma de pagamento, devido ao trabalho que o seu processamento, físico e não informático, exigia.

TPA’s batem recordes

Como referimos no inicio deste artigo, se os cheques se estão a tornar, gradualmente, obsoletos, do lado oposto, o do crescimento, vamos encontrar os terminais de pagamento automático – TPA, mecanismos essenciais a que os pagamentos com cartão bancário (com ou sem contactless se possam efetuar).

No total, em 2020, contavam-se 327 mil terminais de pagamento em Portugal, um recorde histórico que se justifica pelo crescimento do número de lojas e espaços comerciais que adquiriram este tipo de mecanismo tendo em conta o desincentivo existente para os pagamentos em numerário, devido à pandemia – e o incentivo aos pagamentos por  contactless (cartões ou telemóveis).

Aliás, se falarmos apenas de pagamentos contactless, de acordo com   o report do REDUNIQ Insights, esta forma de pagamento representava em agosto deste ano, 67% do número total de transações registadas pela rede de aceitação da REDUNIQ, número que contrasta com os 4% de janeiro de 2019, e que vem comprovar a gradual consolidação dos pagamentos sem contacto, e até uma crescente adesão dos portugueses a novas formas de pagar baseadas na utilização do smartphone ou wearables.

Esta trajetória de crescimento estendeu-se ao valor médio gasto pelo consumidor em cada transação que passou de 14,69€ em março de 2020 para mais de 35€ um ano depois. Estes números são corroborados pelo Banco de Portugal que, no seu relatório sobre Sistemas de Pagamentos em 2020 indica que os hábitos de consumo dos portugueses alteraram-se de forma drástica e a face mais visível disso foi o crescimento das compras online em 32,3% face a 2019 e dos pagamentos contactless que dispararam 163% e representam agora mais de um terço de todos os pagamentos feitos com cartão.

A ajudar a toda esta alteração de paradigma, que se vai aprofundar ao longo dos próximos anos com a transição para uma sociedade eminentemente cashless, há que contar ainda com o contributo de empresas como a REDUNIQ, especialista no desenvolvimento de soluções de pagamento e maior acquirer português, que, no final do ano passado, levou mais longe o desenvolvimento dos TPA Contactless com o lançamento do REDUNIQ Smart.

Para além de permitir pagamentos por cartão ou smartphone, por Contactless, chip, MB WAY, Apple Pay ou Google Pay, este terminal Android veio dar aos agentes económicos a possibilidade de desenvolverem apps à medida do seu negócio e das necessidades dos seus clientes no próprio TPA, conferindo a toda a estrutura empresarial uma maior mobilidade e flexibilidade.

Isto passa, por exemplo, por aplicações que permitem a consulta e gestão de stocks em tempo real, realização de encomendas aos fornecedores, gestão da frota por GPS, apresentação de menus ou produtos ao cliente ou faturação no próprio terminal, tornando os negócios totalmente móveis e digitais em consonância com o novo perfil de consumidor saído da pandemia.