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CIM Região de Coimbra vai reabilitar ecossistemas ribeirinhos do Ceira

A Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra assinou, hoje, no Centro Cultural de Fajão, o auto de consignação de uma intervenção de cerca de 418 mil euros para reabilitar os ecossistemas ribeirinhos do Ceira.

“A referida intervenção vai estender-se ao longo de cerca de 35 quilómetros, abrangendo os Município de Arganil, Góis, Lousã e Pampilhosa da Serra, com o intuito de criar condições de melhoria da funcionalidade ecológica, hidrogeomorfologia e de qualidade ambiental, que levam a um aumento da capacidade adaptativa integrada deste território, relativamente às condicionante associadas às alterações climáticas (secas e inundações)”, adianta a Câmara da Pampilhosa em nota.

Na sessão, Jorge Custódio, presidente da Câmara de Pampilhosa da Serra, salientou o “novo foco” que o projeto veio dar a um Rio de “extrema importância”, tanto ao nível do ecoturismo, como “pela sua influência junto do Rio Mondego”, dado que pode ter “uma contribuição de cerca de 50%” para o seu caudal. “Queremos devolver o rio a todos os que nos queiram visitar”, expressou.

Luís Paulo Costa, vice-presidente da CIM Região de Coimbra, recordou que este auto de consignação está inserido no âmbito de um projeto com apoio europeu, que prevê outro tipo de investimentos, como a contratação de guarda-rios (pessoas que fazem a vigilância e monitorização do rio) e a reabilitação de estruturas como antigos açudes e moinhos ao longo daquele que é “o único rio na região Centro que se mantém relativamente selvagem”.

O autarca recordou ainda o contributo do saudoso Dr. João Ataíde, dado que, “no curto tempo em que desempenhou o cargo de Secretário de Estado do Ambiente”, entendeu que “haviam componentes deste projeto que eram similares”, pelo que conseguiu “tratá-lo de uma forma agregada através da Comunidade Intermunicipal”.

No encerramento da sessão, Alexandra Carvalho, secretária geral do Ambiente, considerou que este projeto “vai ser um exemplo a nível europeu e a nível internacional pela sua base natural”, sendo um modelo que “não é replicado pelo resto do Mundo”.

Esta reabilitação faz parte do projeto “Gestão da Bacia do Rio Ceira face às Alterações Climáticas”, promovido pela APA, através da Administração da Região Hidrográfica do Centro, e tem como parceiros os quatro Municípios envolvidos, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a Direção Norueguesa de Proteção Civil, sendo financiado pelo Programa EEA Grants (Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu).

O projeto “Gestão da Bacia do Rio Ceira face às Alterações Climáticas”, contribuirá assim para o “ordenamento e proteção dos recursos naturais e patrimoniais, numa lógica da sua salvaguarda, nomeadamente de proteção contra os incêndios, da erosão das encostas e cheias. Estão ainda previstas medidas de melhoria das condições de suporte ao desenvolvimento do potencial endógeno, como a montagem de um sistema mais eficiente de cadastro, informação e monitorização dos recursos e ações de promoção turística”.