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Coimbra quer criar Autoridade Urbana de Transportes e novo aeroporto

O Município de Coimbra está a realizar uma série de iniciativas ligadas à mobilidade durante esta semana.

A autarquia está a preparar o processo de instalação da futura Autoridade Urbana de Transportes, que terá apoio de verbas do Orçamento do Estado, o que agora não acontece.

O presidente da câmara, Manuel Machado, mantém a intenção de avançar para a criação de um novo aeroporto.

“Continuamos a batalhar por um objetivo, que é do interesse de Coimbra, mas é seguramente do interesse de outras cidades e de uma bacia demográfica de dois milhões de moradores que precisam, tal como noutras partes do território nacional”, referindo-se à instalação de um aeroporto na cidade, que servisse toda a região.

Os “Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) e a falta de um apoio financeiro por parte do Estado”, as “acessibilidades ao centro histórico”, a “necessária e urgente intervenção na estação ferroviária de Coimbra B”, o “projeto do metrobus e a criação de um aeroporto na Região Centro”, foram os principais temas abordados pelo presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, Manuel Machado, na sessão de abertura da Conferência sobre Mobilidade, que está a decorrer no Salão Nobre dos Paços do Município.

Manuel Machado considerou estes projetos cruciais para garantir boas condições de mobilidade no concelho e na região e, consequentemente, uma boa qualidade de vida a todos os cidadãos.

Fez em seguida um elogio aos seus antecessores na autarquia. “Criaram várias formas de melhorar a vida da cidade, oferecendo um serviço público que é considerado muito relevante”, realçou Manuel Machado, lembrando, porém, que esse tem sofrido “dificuldades” ao longo do tempo.

A mais notória é a falta de apoio do Estado, o que contrasta com o que acontece noutros concelhos do país. “O serviço de transportes públicos do Município de Coimbra não é, infelizmente, beneficiário de qualquer apoio estadual e o custo social dos transportes é integralmente suportado pelos cofres municipais”, salientou, recordando que esse valor é de cerca de nove milhões de euros por ano.

Todavia, os SMTUC funcionam bem e são um orgulho para o presidente da edilidade, que destacou a componente social do serviço municipal. “Temos uma política tarifária intermodal, com uma componente social carregada”, realçou o autarca, exemplificando com o passe Consigo +, que pode ser adquirido por 12 euros por ano para desempregados de longa duração. O objetivo, realçou Manuel Machado, é o de tratar os cidadãos “com equidade”.

A gestão de frotas dos SMTUC foi também enaltecida pelo presidente da CM Coimbra, que destacou o prémio que os SMTUC receberam no Global Mobi Awards, integrado no Lisbon Mobi Summit, pelo seu projeto de descarbonização.

“A eficiência energética é também uma matéria que nos é cara. É cara porque nos é querida e cara porque é dispendiosa. Ainda na semana passada, os SMTUC ganharam um prémio pelo contributo que têm na redução de carbono, pela boa gestão pública das frotas municipais. E estamos de parabéns por isso”, disse, adiantando que o objetivo é continuar e que, nesse sentido, a CM Coimbra está já a adquirir “10 veículos novos, de quinta geração, para reforço da frota e rotação dos transportes”.

Manuel Machado realçou ainda a política seguida em relação a “acessibilidades a sítios sensíveis, como a zona classificada como Património Mundial da Humanidade”.

“As intervenções que estamos a fazer no centro histórico têm estas preocupações: modernização das infraestruturas; requalificação do espaço urbano com primazia ao uso público pedonal e satisfação das necessidades de deslocação”, elencou o autarca, ressalvando, contudo, que não há radicalismos, nem nada contra “o uso de automóveis privados”.

“Não temos condições de fazer o que fizeram, por exemplo, no Bairro Gótico em Barcelona, e depois há as necessidades das pessoas, que têm de ser satisfeitas”, justificou. “E é nesta compreensão das necessidades das pessoas que estamos a gerir a cidade, aproveitando as vantagens comparativas e também as competitivas para aumentar o número de visitantes e o conforto dos moradores”, concluiu o autarca.

A necessidade de uma intervenção no “apeadeiro velho” – como o presidente da CM Coimbra se refere à estação ferroviária de Coimbra B –, o processo de instalação do Sistema de Mobilidade do Metro Mondego e a mobilidade aeroportuária na Região Centro foram os três temas que ficaram para o fim.

Manuel Machado lembrou que a intervenção em Coimbra B é “uma velha aspiração” que ainda não tem solução por parte do Estado e ironizou: “Aqui em Coimbra as coisas para não serem novas têm que ter no mínimo um século”.

Já relativamente ao estado do processo de instalação do metrobus e aos estudos sobre a acessibilidade aeroportuária para a Região Centro, o autarca garantiu novidades para o dia de hoje.