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Coimbra vai ter uma nova ponte sobre o Mondego

A futura ponte pedonal e ciclável sobre o rio Mondego, em Coimbra, cuja construção foi consignada, contribuirá para aliviar o trânsito no centro da cidade, disse o presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), Manuel Machado.

Além de “permitir o atravessamento cómodo e seguro do rio, na zona do Choupal, para quem vive em Coimbra” e, designadamente, para os peregrinos de Fátima e dos Caminhos de Santiago, a ponte vai atenuar “a pressão automóvel no centro da cidade”, afirmou o autarca, que falava aos jornalistas, no local, após a assinatura do auto de consignação da obra.

O Município projeta criar estacionamento automóvel gratuito na margem esquerda, em áreas que se situam entre as instalações dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) e o Açude Ponte, que, com a nova travessia, deverão fazer com que os automobilistas os utilizem, uma vez que, com a futura ponte, ficarão mais perto do centro da cidade, sustentou o autarca.

“Trata-se de uma obra muito importante para Coimbra e para a região, que irá permitir a ligação pedonal e ciclável entre as duas margens do Mondego”, sustentou Manuel Machado.

A nova ponte pedonal e ciclável sobre o Rio Mondego ficará adossada a montante do tabuleiro inferior da Ponte Açude. “Um trajeto que trará segurança e servirá não só os moradores, como também os visitantes, turistas, caminhantes a Santiago e peregrinos a Fátima”, enalteceu.

A consignação contou com a presença dos vereadores da CMC, Rosa Reis Marques, Carlos Cidade e Jorge Alves, dos representantes da empresa adjudicatária da obra e de diversos técnicos dos serviços municipais.

A intervenção efetuada junto à Ponte Açude inclui também a construção, de duas novas rotundas, uma em cada margem, que irão facilitar a fluidez do trânsito e maior visibilidade aos condutores, atualmente prejudicada pela presença dos pilares do tabuleiro superior. A obra ficará a cargo da empresa Irmãos Almeida Cabral, Lda., que irá receber 646.906,91 euros e dispõe de um prazo de 210 dias para a concluir.

Manuel Machado enalteceu a importante cooperação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) neste processo. “Houve uma boa colaboração dos técnicos da Agência Portuguesa do Ambiente neste projeto (…); era útil que este exemplo fosse replicado (…), poupando a todos contrariedades e evitando tensões”, comentou.

Segundo Manuel Machado, “seria importante antecipar a execução da obra” para que, já no próximo mês de maio, os milhares de pessoas que atravessam Coimbra em direção a Fátima, pudessem já cruzar o rio naquele ponto em segurança.

Depois de garantir o desassoreamento da albufeira do Açude Ponte de Coimbra e a estabilização da margem direita do rio Mondego entre a ponte de Santa Clara e o Açude Ponte de Coimbra (ambos em concurso), a requalificação da Praça das Cortes (contrato aguarda visto do Tribunal de Contas) e do Parque Manuel Braga, a autarquia pretende, com a construção da nova ponte pedonal e ciclável, “continuar a melhorar a imagem do rio Mondego, que é a mais importante reserva estratégica de água doce em Portugal e que merece ser usufruída por todos”, sublinhou Manuel Machado.

Coimbra irá dispor de mais uma travessia pedonal e ciclável sobre o rio, numa zona com grande procura por parte de peões e ciclistas. Até ao momento, peões e veículos automóveis convivem no tabuleiro inferior da Ponte Açude, sem as necessárias condições de segurança, devido à falta de largura da via.

Esta obra de arte integra os trajetos da Ciclovia de Coimbra – Coimbra B/Vale das Flores/Portela e Caminhos de Fátima e Santiago. Dois projetos inseridos no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano de Coimbra (PEDU), celebrado entre o Município de Coimbra e a Autoridade de Gestão do Programa Operacional Regional do Centro (Centro 2020).

A nova ponte pedonal e ciclável será encastrada a montante do tabuleiro inferior da Ponte Açude. Terá 165,6m de comprimento e 2,40m de largura máxima, a que acresce um passadiço sobre a escada de peixe, situada na margem esquerda, com 14m de comprimento e 2,4m de largura. A estrutura metálica da ponte apresenta um peso que ronda as 57 toneladas.

A solução construtiva escolhida passa pela colocação de uma estrutura em vigas metálicas contínuas em treliça, suportadas por estruturas em consola apoiadas nos contrafortes de betão existentes. O tabuleiro será em chapa de aço nervurada, de efeito antiderrapante. A guarda lateral terá uma altura de 1,20m a montante, para maior segurança de ciclistas e peões, sendo reutilizada, parcialmente, a guarda existente. Na separação entre os tabuleiros rodoviário e pedonal/ciclável será colocada uma guarda de segurança metálica tubular impeditiva da invasão da zona pedonal por veículos automóveis.

A intervenção inclui também a reformulação da rede de iluminação pública, tanto na ponte como nas zonas adjacentes, e o reforço da iluminação da ciclovia existente entre a Ponte Açude, o Choupal e os campos do Bolão. Tal implica a colocação de 60 colunas de iluminação pública e 152 luminárias.

Na margem direita, a ciclovia será prolongada até à Rua Padre Estêvão Cabral (passagem de nível para peões existente na linha férrea) e, desta, até à Rua do Arnado. Conforme anunciou recentemente Manuel Machado, a CMC pretende ligar a Rua do Arnado (veículos e peões) à Av. Cidade de Aeminium. Sobre este assunto, o autarca adiantou aos jornalistas que, numa reunião recente que teve com a Infraestruturas de Portugal, lhe pareceu que o assunto está bem encaminhado.

Ainda na margem direita, a laje de betão existente sobre a tomada de água para o canal de rega será pavimentada em calçadinha, transformando-se numa praça de contemplação do rio.

Por seu turno, na margem esquerda prevê-se a recuperação da pérgula existente, ficando definida a ligação à futura ciclovia junto à margem do rio até à Av. de Conimbriga.

Por último, a empreitada contempla ainda a renovação da rede de drenagem das águas pluviais e acessos pavimentados em betão betuminoso e calçadinha em ambas as margens.