Os colhereiros dos Pardieiros, no concelho de Arganil, foram perpetuados numa estátua inaugurada ontem.
O monumento aos homens que produzem colheres de pau, surge graças ao empenho da Fundação Fausto Dias, presidida por Sérgio Francisco.
“Hoje é um dia muito especial para toda a nossa aldeia, por que estamos aqui a homenagear todos os colhereiros, de Pardieiros e de aldeias vizinhas”, começou por dizer no seu discurso Sérgio Francisco.

Lembrou que na pequena aldeia situada na Serra da Açor, paredes meias com a Mata da Margaraça, na década de 1930 havia 50 colhereiros que produziam as colheres, para depois serem vendidas por toda a região e no resto do país.
Um tempo que desapareceu e “é com grande apreensão e pena que vejo também o fim da arte de colhereiro, por que nesta data só há três colhereiros na nossa freguesia”.

Adiantando que “ninguém quer aprender a arte, preferem ser empregados em serviços mal remunerados, que trabalhar por conta própria”.
O presidente da Câmara de Arganil que foi convidado para a inauguração do monumento, referiu que esta homenagem “é muito digna e justa”.
Lembrou que a atividade colhereiro foi durante muitos anos “o sustento de muitas famílias”.

Luís Paulo Costa diz que “não há atualmente a pretensão de que esta atividade volte a ser uma atividade económica, como era antigamente, mas temos pretensão que enquanto artesanato ela se possa manter e suscitar interesse e curiosidade aos mais novos”.
O autarca frisou ainda que a colher de pau “está sempre presença nas campanhas promocionais do concelho de Arganil, sendo um elemento distintivo, não apenas da vossa freguesia, mas também do concelho”.