CentroTV

Confraria promove medronho da Beira Serra

A Confraria do Medronho realiza este domingo em Seia, mais um capítulo “descentralizado” de entronização de novos confrades.

Fundada há nove anos no concelho de Tábua, esta confraria, atualmente com sede em Oliveira do Hospital, prepara mais uma jornada de promoção e defesa de uma espécie arbórea e de um fruto que, embora ainda desconhecido de muitos, congrega cada vez adeptos e apreciadores.

Confrade Mor da Confraria do Medronho desde a sua fundação, Vasco Campos, não tem dúvidas que este “movimento” ajudou a trazer para a praça pública um produto – o medronho, que estava esquecido e que a maioria das pessoas apenas associava à região do Algarve.

“Desde que a confraria foi criada, muito por nossa influência, o medronho, passou a ter bastante mais protagonismo”, acredita aquele dirigente, destacando o aumento dos investimentos na plantação e produção de medronho e medronheiro, nesta região serrana.

“Temos muito medronho e queremos continuar a aumentar a área de medronheiro”, adianta Vasco Campos, apontando para as vantagens, não apenas económicas, mas sobretudo do ponto de vista ambiental, que esta espécie proporciona.

“É uma espécie muito importante para a biodiversidade, para a conservação da natureza e para a própria paisagem”, faz notar, lembrando que o aumento desta espécie na região está “dentro daquilo que eram os objetivos que traçámos para a Confraria” e que têm a ver sobretudo com a defesa e preservação da floresta autóctone da região.

“Esta apetência e este interesse que existem hoje em dia pelo medronho deixam-nos muito satisfeitos e vão de encontro aquilo que eram os nossos objetivos”, garante o confrade mor, lamentando, apesar de tudo, que o medronho desta região e todos os produtos que lhe estão associados, nomeadamente a aguardente e os licores, ainda não tenham a mesma projeção que o medronho do Algarve onde “existem dezenas de destilarias certificadas”.

“Incomodava-nos que as pessoas só relacionassem a aguardente de medronho ao Algarve, quando desde sempre se produziu aguardente de medronho na Beira Serra, apesar de só termos ainda uma destilaria certificada no concelho de Seia”, diz Vasco Campos, acreditando no potencial de crescimento económico deste produto na região, assim esteja disponível no mercado em qualidade e em quantidade.

Além da aguardente, “temos também os licores, os doces e compotas, uma série de confeitaria que pode ser feita à base de medronho e a própria rama do medronheiro que serve para arranjos ornamentais” refere o confrade mor, que este domingo se prepara para entronizar novos confrades, naquele que promete ser, essencialmente, um encontro de pessoas que “comungam deste espírito e deste interesse pelo medronho, pela floresta autóctone e pelo mundo rural”.

“Vamos aproveitar para divulgar este fruto e esta árvore tão bonita da nossa região”, conclui Vasco Campos, apostado no aumento da área desta espécie na região, e de todos os produtos derivados.