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COVID-19. Portugal ultrapassa os 5 milhões de casos

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infeciosas, disponibilizou hoje mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal.

“Até à data, foram analisadas 37.248 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 304 concelhos de Portugal”, refere o INSA.

No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2 que o INSA está a “desenvolver, têm vindo a ser analisadas uma média de 511 sequências por semana desde o início de junho de 2021, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 139 concelhos por semana”.

Segundo o relatório do INSA, as amostragens semanais por sequenciação, juntamente com a avaliação diária da proporção de amostras com perfil SGTF, têm mostrado que, após a sua primeira deteção na semana 13 (28 de março a 3 de abril), a linhagem BA.5 tem apresentado uma frequência relativa marcadamente crescente, sendo dominante em Portugal desde a semana 19 (9 a 15 de maio), apresentando uma frequência relativa de 88% de acordo com a amostragem aleatória por sequenciação na semana 23 (6 a 12 de junho).

Por outro lado, a linhagem BA.2 apresenta uma frequência relativa continuamente decrescente, tendo deixado de ser dominante desde a semana 19, ponto a partir do qual a linhagem BA.5 se tornou dominante em Portugal. “A sublinhagem BA.2.12.1, detetada nas sete regiões e que apresentou um máximo de frequência relativa de 1,3% na semana 19, tem mostrado uma tendência decrescente desde então”, realça.

A sublinhagem BA.2.35 da BA.2 tem “vindo a ser caracterizada pela mutação adicional L452R na proteína Spike, associada à resistência a anticorpos neutralizantes e marcadora de outras variantes de interesse/preocupação, tais como as variantes DeltaKappa e Omicron BA.4/BA.5. Após a deteção a 1 de março de 2022 (semana 9), tem apresentado uma frequência relativa com tendência decrescente desde a semana 18 (2 a 8 de maio), onde atingiu o seu pico com 3,6%. Apresentou uma frequência relativa de 1,4% na semana 23 (dados em apuramento).”

A frequência relativa da linhagem BA.1 “atingiu um máximo na semana 2 (95,6%, 10 a 16 de janeiro), altura em que iniciou uma tendência decrescente. Estima-se que a sua circulação seja residual atualmente, tendo sido detetada a uma frequência inferior a 1% desde a semana 16 (18 a 24 de abril)”. Desde a semana 19, foram identificadas oito sequências da linhagem BA.4 da variante Omicron em Portugal, associados a casos confirmados em cinco das sete regiões do país.

O relatório do INSA refere ainda que, em Portugal, os “poucos vírus recombinantes identificados, até ao momento, foram detetados em casos esporádicos nas amostragens aleatórias semanais. Entre estes, destacam-se casos associados aos recombinantes com as designações internacionais “XM”, “XN”, “XE”, “XH” e “XQ”, sendo que todos são caracterizados por um perfil genético híbrido em que uma parte inicial do genoma corresponde à linhagem BA.1 e o restante à linhagem BA.2”.