O grupo Crédito Agrícola pagava mais de 2 mil euros à mulher do presidente da instituição, com o objetivo de dar “estabilidade emocional” a Licínio Pina.
O administrador foi durante vários anos, antes de ter o cargo nacional, presidente do Crédito Agrícola de Seia, no distrito da Guarda.
Esta subvenção foi entretanto suspensa, na sequência de cartas anónimas que denunciaram o caso e que levaram ao envolvimento do Banco de Portugal.
Segundo adianta hoje o JN, que revela o conteúdo de uma carta com data de agosto de 2018 na qual Licínio Pina justifica a necessidade do pagamento, a subvenção tinha como objetivo compensar a mulher, Maria Ascenção Pina, pelo facto de ter abandonado o seu emprego enquanto professora, para dar apoio ao marido.
“Para o exercício das minhas funções e responsabilidades, necessito de disponibilidade total e, acima de tudo, estabilidade emocional. A minha esposa é há mais de 36 anos o meu fator de equilíbrio e sempre me ajudou. Quando aceitei este desafio, coloquei como condição tê-la ao meu lado”, lê-se na carta, que surgiu na sequência do aparecimento de uma carta anónima a denunciar o caso dentro do grupo.
Na carta, Licínio Pina argumenta ainda que o pagamento foi aprovado pelo banco e que era retirado da sua remuneração bruta, “não acrescentando custo adicional” ao grupo.
Esta carta anónima levou o Banco de Portugal a pedir esclarecimentos ao Crédito Agrícola sobre os pagamentos. Na altura, questionado sobre o assunto numa entrevista, Licínio Pina negou os pagamentos.
Vergonhoso