A segunda edição do OCUPAR A VELGA em Valezim, concelho de Seia, ressurge com a convicção de que arte e cultura são aliadas no combate à desertificação do território.
“Durante seis dias de ocupação em Valezim, espetáculos, formações artísticas, encontros e atividades participativas ocupam as ruas e os espaços da aldeia”, adianta em nota a organização.
Para os mais novos, a semana começa mais cedo com a terceira edição do miniLAB de artes performativas, que ocorre de 14 a 18, para crianças dos 3 aos 13 anos com a orientação de Bernardo Chatillon e Adriana Neves.
No dia 15, para despertar o corpo e a mente, iniciamos a manhã com uma sessão de pilates orientada por Joana Rebelo. Em seguida, descobrimos as plantas e os saberes da terra na “Caminhada com as plantas” pela aldeia de Valezim, um trajeto guiado pelo Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE). Para encerrar o dia, a Trupe Fandanga apresenta “Ai de Mim, Ai do eu…”, um micro espetáculo de teatro, com várias sessões, sobre uma marioneta efémera feita de barro e mãos, que se despoja acidentalmente do seu ego e altivez.
No dia 16, o convite é para juntar o seu farnel ao piquenique comunitário: o ponto de encontro é na Velga do Salão Paroquial. Aberto o apetite, a noite é de circo com a companhia Teatro do Mar e o espetáculo Mutabilia, no Ringue.
Para o dia 17, há sessão de leitura de poesia em voz alta, conduzida por Andresa Olímpio. O serão é de cinema ao ar livre com “Os demónios do meu avô” de Nuno Beato. Uma animação sobre a história de Rosa, o seu avô e as várias perspetivas de voltar à terra.
O dia 18 começa com Catapulta, uma viagem ao pôr do sol com pedais de efeitos, loops, um bouzouki, instrumentos caseiros, sintetizadores e voz. Em seguida, no Simulacro de Margarida Montenÿ e Carminda Soares, a dança assume intimidade, repetição e resistência, potencializando estados de vulnerabilidade, expectativa e tensão. A noite encerra com as batidas eletrónicas de DJ Rakubah no CREV.
O último dia de ocupação termina como começou: com uma sessão de pilates conduzida por Joana Rebelo. Após o almoço, Jaime Rebelo partilha o ofício de sapateiro. Um momento de alerta para o declínio das várias profissões ligadas ao artesanato. Ao final da tarde, a proposta é uma experiência coletiva de ritmos e construção musical com o círculo de tambores de Hugo Wittmann | RITMOS, na Praça da Igreja. À noite, a última ocupação é no Terreiro Dona Luzia, com Ana Lua Caiano e a sua fusão musical, que combina música tradicional portuguesa com a música eletrónica e “sons do dia-a-dia”. Em seguida, Soluna apresenta um mix único de géneros urbanos, synth pop e afrobeats, abrindo caminho para a festa de encerramento com Von-Cente, que promete finalizar esta edição do OCUPAR A VELGA com sofisticação, amor e tesão ao som de house tónico, espelhado e brilhante.
O OCUPAR A VELGA é um projeto da Produção d’Fusão, financiado pelo BPI | Fundação “la Caixa”, Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Seia, Junta de Freguesia de Valezim, Associação Vallecinus Cultura e Desporto e com o apoio do Clube Recreativo e Educativo Valezinense, Associação de Arte e Imagem de Seia e 7ª SENA – Núcleo Cinéfilo de Seia.