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Descoberta da Universidade de Coimbra possibilita avanço no diagnóstico da Esclerose Múltipla

Um estudo liderado pelo investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), Carlos Duarte, mostra que é possível classificar um doente com Esclerose Múltipla (EM) com 80% de certeza, avaliando um conjunto de oito proteínas específicas.

A descoberta resulta de “cerca de 15 anos de investigação na área dos biomarcadores (indicadores de determinadas patologias), e só foi possível devido a uma estreita colaboração entre o CNC, o Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), o departamento de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e ainda o laboratório de Neurobiologia Molecular do I3S (Universidade do Porto)”, revela hoje a UC em nota.

A Esclerose Múltipla, uma doença inflamatória e degenerativa que afeta o sistema nervoso central (SNC), é “difícil de diagnosticar, devido à diversidade de sintomas, semelhança com outras doenças inflamatórias do SNC e ausência de indicadores específicos para a doença, ou seja, de um método de diagnóstico específico. Cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de EM, sendo que em Portugal estima-se que a doença afete mais de 8 mil pessoas”.

Neste estudo, foram utilizadas amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR) de doentes com Esclerose Múltipla e de doentes com outras doenças inflamatórias do sistema nervoso central.

O LCR é um líquido presente entre o crânio e o cérebro e também na medula espinhal, que atua como um amortecedor, servindo de proteção. Além disso, contém um grande número de moléculas produzidas, libertadas e processadas a partir do SNC, o que faz deste líquido uma janela única para o estudo de doenças do sistema nervoso.