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Duplicam pedidos de ajuda sobre mulheres casadas e idosas

Old woman muscle pain.

Violência sobre pessoas idosas a residir com familiares ou cuidadores aumenta de 27% para 53% no último ano e sobre as mulheres casadas sobe de 17% para 35%. Setúbal passa a ser o segundo distrito com mais denúncias, ultrapassando o Porto.

Em 2021, o serviço da linha SOS Pessoa Idosa da Fundação Bissaya Barreto contabiliza 1812 contactos telefónicos, e-mail e articulações interinstitucionais. De 2021 até à data, os pedidos de ajuda recebidos consubstanciaram-se na abertura de 244 processos internos que obrigaram a acompanhamento frequente e intervenção, bem como a articulações interserviços. As denúncias foram realizadas por e-mail/formulário (52,5%), por telefone (47%) e presencialmente (0,5%).

A maioria dos pedidos de ajuda refere-se a pessoas com idades compreendidas entre os 75 e os 84 anos (40%), do género feminino (65%), em situação de viuvez (52%) e casadas (35%). 53% das vítimas reside com familiares ou cuidadores, sozinhas (39%) e em instituição (8%).

As vítimas vivenciam diversas formas de violência, sendo a negligência a mais comum (32%), com um aumento de 5% face ao ano anterior, seguida da violência psicológica (26%), financeira (11%), estrutural/sociedade (10%) e abandono (7%). A violência estrutural é gerada pelo sistema de apoio social, e não por um agente concreto, referindo-se às instâncias que não oferecem respostas para a satisfação das necessidades básicas das pessoas mais vulneráveis.

Entre maio de 2021 e maio de 2022, foram trabalhados 12 processos em colaboração com a Procuradoria-Geral Regional de Coimbra – Ministério Público, que representam 5% das sinalizações rececionadas pelo Serviço SOS Pessoa Idosa.

Em 70% das denúncias, os sujeitos maltratantes são familiares das vítimas. 41% dos agressores denunciados são homens e 45% filhos das vítimas, uma descida de 8% comparativamente com o ano anterior.

A maior percentagem das situações proveio do distrito de Lisboa 29%. Segue-se Setúbal com 11% e o Porto ocupa o terceiro lugar com 10%, apresentando uma diminuição de 7% face ao ano anterior. Coimbra regista a mesma percentagem (10%).