Neste feriado que passou, tal como muitos portugueses católicos e não só, visitei a campa do meu avô materno que foi combatente na primeira guerra mundial…
Embora a guerra só nos incomode quando nos entra em casa pela televisão , ela nunca esteve longe de nós, nem está…
A participação da geração do meu avô, comandante do regimento de Elvas e sepultado numa área reservada aos combatentes da Grande Guerra desta cidade alentejana de onde era natural, é um vestígio que me faz lembrar, além dos telejornais, que a existência da guerra não é, nem foi uma realidade distante…
O descalabro da opção por um lado da guerra na “Primeira República” com o objetivo de credibilizar o ainda recente sistema republicano português, a nível internacional, fez com que os portugueses pagassem com as suas vidas essa opção de um regime que viu na guerra uma oportunidade de lançar carreiras políticas internacionais como Afonso Costa e outros o fizeram…
Este era um sistema republicano que se vangloriava de ser democrático mas não o era totalmente…era um sistema republicano debilitado tal como o que temos nos dias de hoje, descredibilizado e doente, onde as mulheres não votavam, nem os homens que não tivessem sustento próprio…
Esta pequena análise histórica e da presença da guerra ainda nas nossas vidas deveria ensinar aos políticos atuais a enorme responsabilidade que tiveram e que têm ao optar por um lado das guerras que proliferam pelo mundo…
Todos sabemos das aspirações de carreira política dos mais altos protagonistas portugueses,, mas não poderemos consentir que seja no futuro, o povo português a pagar o preço da opção por um lado da barricada de guerras que não lhes dizem respeito ou a pagar pela ambição pessoal de algum político mais cioso de poder e irresponsável…
Fica o conselho…pois não pretendo que os meus descendentes não continuem a visitar familiares que entraram em guerras mundiais como eu fiz no último feriado devido a republicanos egoístas, subservientes e ambiciosos…
TEXTO:
Paulo Freitas do Amaral
Professor de História