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Encerramento da Safra da Sardinha na Figueira da Foz

Decorreu ontem, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a cerimónia de encerramento da Safra da Sardinha,  que contou com a presença do presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, do Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, da secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, do presidente da Assembleia Municipal, José Duarte, dos vereadores executivos e do vereador eleito pelo PS, Carlos Monteiro, dos autarcas de São Pedro e de Buarcos São Julião, do Presidente do Conselho Diretivo do  Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA), Miguel Miranda, e de representantes de diversas entidades públicas e privadas ligadas ao setor das pescas.  

Pedro Santana Lopes saudou as entidades presentes, nomeadamente os representantes da pesca, uma  “atividade profissional tão importante para o país e na Figueira da Foz“, referiu.  

O autarca agradeceu ao Ministro do Mar e à Secretária de Estado por distinguirem “o nosso concelho com o reconhecimento da importância do trabalho que aqui é desenvolvido pelo setor e também pelo reconhecimento das aspirações que a  Figueira da Foz tem, quer no que respeita à atividade portuária geral quer nesta área da pesca“, assim como “uma maior atenção por parte daquilo que é a distribuição de recursos e de responsabilidades dos órgãos dirigentes da administração intermédia da administração pública“, salientou.    

 “Tive oportunidade de ver aquilo que justifica a euforia com estes últimos anos de safra da sardinha, graças ao defeso, à consciência que o mundo vai tomando da necessidade de preservar os stocks existentes, de proteger os recursos naturais“, enfatizou o edil.  

Santana Lopes destacou ainda o precedente histórico que temos relativamente a Espanha e o papel que a comunidade científica tem tido na sustentabilidade da pesca da sardinha e de outras espécies como o carapau, a cavala e biqueirão, uma opinião partilhada por todos os intervenientes.  

O autarca referiu-se ainda àquela que considera ser uma obrigação para um presidente de Câmara ou qualquer Ministro ou Secretário de Estado que “é ser uma enciclopédia, estudar todas as matérias e estar preparado para decidir sobre todas elas“.  

O edil elogiou Ricardo Serrão Santos pela “disposição eficiente como tem exercido a sua missão“ e reconheceu o trabalho “muito elogiado“ de Teresa Coelho e a capacidade de ambos os governantes de “lidarem com estes assuntos“. 

Já o Ministro do Mar enfatizou o papel do associativismo na pesca, considerando que “contribuiu de forma séria e construtiva para a definição da política do setor“ e agradeceu à Secretária de Estado “todo o empenho e dedicação que tem prestado à gestão deste setor“. 

O governante aludiu ao trabalho realizado pelo ministério junto do Conselho Europeu das Pescas e da Comissão Europeia, para atenuar o impacto da pandemia no setor, e também no quadro da presidência portuguesa da União Europeia (UE),  nomeadamente na condução das negociações do Fundo Europeu das Pescas, do Mar e da Agricultura e do Regulamento de Controle, “dois importantes dispositivos legislativos da UE“.  

Ricardo Serrão Santos referiu que o Governo é a favor de um setor das pescas mais moderno e competitivo, “interligado e dependente da sustentabilidade dos recursos, para fortalecer os outros eixos da sustentabilidade: a sustentabilidade social e económica das nossas comunidades costeiras“.  

O mesmo anunciou que Portugal irá ver aumentados, em cerca de 14 milhões de euros,  os fundos disponíveis no próximo quadro de apoio, e que temos vindo a aumentar a captura “cumprindo de forma integral as recomendações científicas, emitidas pelo Conselho Internacional para a Exploração do Mar, onde o IPMA é representante nacional“. 

A Secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho parabenizou “os pescadores, as organizações de produtores, os armadores, toda a comunidade piscatória“, pois foram muitos anos de sacrifícios e assim mesmo “durante o ano da pandemia fizeram sempre um esforço de abastecimento de pescado aos mercados“.  

Teresa Coelho referiu-se ao seu percurso na área das pescas e ao trabalho realizado pelos anteriores ministros, José Apolinário e Ana Paula Vitorino, que decidiram medidas de gestão “muito adequadas“ e colocaram muito empenho na investigação científica, aumentando as suas receitas.  

“A investigação científica esteve ao nosso lado, todos os dias a ajudar, a dizer que temos de fazer esforços, a contribuir para a solução“, enfatizou a governante que salientou ainda o papel das comissões de acompanhamento mensais, na monotorização da safra e implementação de medidas corretivas e preventivas.  

A pesca da sardinha foi um exemplo em termos de participação do setor,  “a replicar noutras pescarias em Portugal“, mencionou Teresa Coelho que espera que nos próximos anos possamos ter “uma atividade tão boa como este ano“, sustentável, assente em três pilares: ambiental, económico e social.  

António Lé, presidente da Cooperativa de Produtores de Peixe do Centro Litoral, começou por salientar que este ano, “dos últimos 20 é o melhor de todos, apesar dos sacrifícios que tivemos de fazer em conjunto com o Ministério“. O mesmo sublinhou o empenho, o respeito tido por todos os pescadores nacionais em conjunto com a ciência e referiu que “A Figueira é, continua a ser e quer ser uma referência pela valorização, pela boa gestão da pesca“.  

O dirigente referiu que a safra terminou com “chave de ouro“, de “forma muito satisfatória“, pois os armadores e os pescadores conseguiram uma boa receita, que muito se deve “à a dimensão dos recursos“, que advogou quererem valorizar.