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Equipa da UC integra grupo europeu para estudar abelhas melíferas

Uma equipa de investigadores do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), coordenada por José Paulo Sousa, colabora com o grupo “MUST-B”, criado pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA, na sigla original em inglês).

Este estudo tem como objetivo estudar o risco integrado de múltiplos fatores de stress em abelhas melíferas e avaliar formas de os mitigar através da melhoria da gestão das culturas e das paisagens agrícolas.

A equipa da FCTUC é responsável pela recolha de dados de campo sobre o desenvolvimento de colónias e paisagem envolvente. Todos os dados “serão utilizados para a calibração do modelo ApisRAM – modelo de avaliação de risco para colónias de abelhas melíferas a nível europeu –, que está a ser desenvolvido pelo grupo MUST-B”, explica José Paulo Sousa.

Este modelo, detalha, vai permitir, por exemplo, “prever o estado de saúde das colónias de abelhas adotando uma abordagem holística ao problema, integrando não apenas informação sanitária sobre as colónias e efeitos derivados da exposição a pesticidas, mas também a influência da composição e gestão da paisagem, sobretudo ao nível de práticas agrícolas e disponibilidade de recursos florais”.

Com os dados recolhidos no âmbito do seu doutoramento, o investigador Nuno Capela, do Centro de Ecologia Funcional, pretende “uniformizar a recolha de dados futuros e ajudar na criação de algoritmos que possam detetar automaticamente eventos, tendências e possíveis problemas nas colónias de abelhas”. Dessa forma, assinala, “no futuro, apicultores, investigadores ou mesmo os cidadãos, poderão adicionar dados em bruto na plataforma, a qual fará o seu processamento de forma automática, mostrando como resultado gráficos e tabelas fáceis de interpretar”.

No momento, o principal foco da plataforma “é a informação sobre abelhas melíferas, mas está planeada a integração de dados de outros polinizadores num futuro próximo. Tudo isto permitirá centralizar a informação existente, para identificar os problemas que levaram ao decréscimo dos polinizadores, e ajudar na tomada de decisão para uma melhor proteção destes insetos e do serviço de polinização que prestam, crucial para a nossa sobrevivência”, acrescenta Nuno Capela.