Foi apresentado hoje, quando passam 700 anos da sua morte, aquele que seria o rosto do Rei D. Dinis.
Decorreu esta tarde a apresentação pública do rosto do monarca, uma reconstrução facial através de impressão 3D, “baseada nos estudos arqueológicos e antropológicos desenvolvidos nos últimos anos, em contexto tumular e laboratorial”.
Trata-se da “primeira imagem cientificamente fundamentada de um monarca português da primeira dinastia, que o retrata no final de vida, resultando de um extenso e profícuo trabalho de investigação levado a cabo no Mosteiro de Odivelas, onde D. Dinis (1261-1325) escolheu ser sepultado”.
O ADN foi recolhido através de um dente, da falange e de uma amostra do fémur. Da recolha das amostras foi depois possível chegar à tonalidade da pele, cor dos olhos e identidade geográfica.
O projeto de Conservação e Restauro do Túmulo de D. Dinis, iniciado em 2016 por iniciativa da extinta DGPC (Direção-Geral do Património Cultural) em parceria com a Câmara Municipal de Odivelas (CMO), “constitui o eixo condutor temático do programa alusivo ao sétimo centenário da morte do rei, a anunciar na cerimónia da próxima terça-feira”.
Para o efeito foi celebrado um protocolo de colaboração entre a CMO, o Património Cultural, IP (PC, IP) e a Museus e Monumentos de Portugal, EPE (MMP, EPE) “centrado na divulgação dos resultados científicos deste projeto, cuja abordagem interdisciplinar envolveu peritos em Arqueologia, Antropologia Biológica, Conservação e Restauro, História e História de Arte”.
O lançamento deste programa ficou “especialmente marcado pela primeira apresentação ao público do rosto daquele que foi um dos monarcas mais paradigmáticos da História de Portugal, reconstruído através de impressão 3 D na Liverpool John Moores University FaceLab, sob coordenação científica da antropóloga Eugénia Cunha, da Universidade de Coimbra, que integrou a equipa multidisciplinar encarregue do Projeto de Conservação e Restauro do Túmulo de D. Dinis”.
O túmulo do rei D. Dinis foi aberto em 2019 e encerrado a 28 de junho de 2023, “numa operação especial e delicada, em que os restos mortais do monarca foram envoltos num tecido de linho e posicionados de modo a respeitar o esqueleto humano”.
Por cima foi colocada uma “cápsula em acrílico e ao lado uma caixa com pequenos fragmentos ósseos, para que eventuais futuras investigações possam ocorrer sem descerramento da arca tumular. Este estudo forense, pioneiro em Portugal, incidiu sobre o monarca e o seu espólio, incluindo o manto real e a espada medieval descoberta em 2022”, frisa a PC, IP.
Em parceria com a Câmara Municipal de Odivelas, os trabalhos envolveram o Laboratório José de Figueiredo, da MMP, EPE, e o Laboratório de Arqueociências (LARC) do PC, IP.