A experiência científica “STRATOSPOLCA”, desenvolvida por um grupo de estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em resultado de uma colaboração entre a Secção de Astronomia, Astrofísica e Astronáutica da Associação Académica de Coimbra e o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas de Coimbra (LIP Coimbra), vai até à estratosfera à “boleia” do balão BEXUS 31,.
O projeto está integrado no 13º ciclo do programa de experiências com foguetões / balões para estudantes universitários (REXUS / BEXUS – Rocket and Balloon Experiments for University Students), promovido pela Agência Espacial Europeia (ESA).
O lançamento do BEXUS 31 para a estratosfera irá decorrer entre setembro e outubro de 2020, em Kiruna, na Suécia.
O objetivo da experiência STRATOSPOLCA “é medir, em função da altitude, a radiação de fundo da estratosfera no comprimento de onda dos raios gama. Através de uma técnica inovadora de medida com um detetor de CdTe [Telureto de Cádmio], será possível calibrar e reduzir com maior eficiência o ruído dos futuros telescópios e polarímetros de raios gama a lançar em missões de balão de maior dimensão ou em satélites”, explica Rui Curado Silva, o docente e investigador da FCTUC que supervisiona a equipa, constituída pelos estudantes André Neves, Bárbara Matos, Henrique Neves, Hugo Costa, Inês de Castro, Joana Pereira, José Sousa e Maria Inês Ferreira.
Os resultados dessas medições, sublinha o docente, “contribuirão para melhorar a sensibilidade dos futuros telescópios que observam o céu no comprimento de onda gama. Neste comprimento de onda, o céu revela-nos os fenómenos mais energéticos e cataclísmicos do Universo, como supernovas, pulsares, o centro das galáxias ou o colapso de estrelas, em particular esperam-se medir novos surtos de raios gama associados à deteção de ondas gravitacionais, contribuindo para a nova área da astronomia multi-mensageira”.
Sobre a participação neste programa da ESA, que resulta de um rigoroso processo de seleção, Rui Curado Silva não tem dúvidas: “constituirá uma mais-valia para a aquisição de competências técnicas e científicas no domínio da instrumentação e das ciências espaciais, dado que o programa inclui várias semanas de formação dos alunos com profissionais da Agência Espacial Europeia, para além do próprio desenvolvimento e montagem do dispositivo na plataforma de balão da ESA”.