A partir de 4 de julho, Tondela celebrará um conterrâneo que em todos os momentos celebrou a Portugalidade.
Assim, a Fundação António Braz e a Câmara Municipal de Tondela irão promover uma exposição de homenagem que pretende celebrar o centenário do comendador António Braz, tondelense emigrado em África do Sul, e cuja abertura ao público terá lugar no próximo dia 4 de julho nos espaços do Museu Terras de Besteiros e na Biblioteca Municipal Tomaz Ribeiro.
Será uma retrospetiva de vida e obra inesquecíveis para quem se cruzou com António Braz mas também, obviamente, para aqueles que só agora o descobrem, no ano do centenário sob o seu nascimento.
Uma surpresa fascinante, sem medo dos adjetivos, se atentarmos ao facto de ter sido este emigrante português quem implementou hábitos alimentares na África do Sul ou se tornou, por exemplo, no “Banana King”. Isso mesmo, um carpinteiro que geriu como ninguém na África Austral o negócio e distribuição da banana.
Fundou o jornal O Século de Joanesburgo, foi o primeiro titular de uma conta no Bank of Lisbon & South Africa e foi agraciado pelo Estado Português diversas vezes, uma das quais – em 1968 – com a Comenda de Benemerência de que tanto se orgulhou. Patrono das artes e anfitrião em Pretória de visitas ilustres foi um verdadeiro diplomata e mostrou a sua influência política em várias ocasiões: Frederik Willem de Klerk tentou um dia que se naturalizasse sul-africano; a Comunidade Portuguesa comprava o The Star para ler o que sobre ele se dizia; O monumento de homenagem a Bartolomeu Dias, em Pretória, é da sua responsabilidade e iniciativa.
Ora, é através da colecção de arte, dos objectos de memórias várias – da vida social à empresarial – e de muitos factos disponibilizados a partir do Arquivo aberto publicamente pela Fundação com o seu nome, que viajamos até 1917, numa viagem até aos dias de hoje, desembarcando num documentário sobre António Braz.
A exposição que encerra a 17 de setembro e decorrerá simultaneamente nos dois espaços da cidade de Tondela.