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Exposição sobre a censura no Museu de Lamego

A mais poderosa e duradoura instituição do Estado Novo vai estar em destaque no Museu de Lamego.

A censura chega no dia 10 de janeiro e vai ficar durante um mês, constituindo esta uma oportunidade de conhecer uma coleção única com documentos todos originais, provenientes do Ephemera, Arquivo e Biblioteca de José Pacheco Pereira.

“Só existe aquilo que o público sabe que existe” (Salazar) é o mote para mais esta iniciativa que acontece ao abrigo da colaboração entre o museu e o Ephemera. A inauguração está agendada para as 11h30 e conta com a presença de José Pacheco Pereira.

Livros, jornais, revistas, programas de rádio e filmes fazem parte desta coleção, grande parte resgatada de espólios em risco de desaparecimento, outra adquirida para evitar a sua saída de Portugal para arquivos estrangeiros e outra ainda oferecida ao Ephemera.

Uma parte estará em exposição no Museu de Lamego, mostrando, como assinala José Pacheco Pereira, como “durante 48 anos, de 1926 a 25 de Abril de 1974, os portugueses nunca tiveram um dia em que pudessem ler um jornal, revista ou livro, ouvir um programa de rádio, ver um filme ou a televisão, sem que alguém autorizasse o que liam, ouviam, e viam”.

A colaboração entre o museu e o arquivo de José Pacheco Pereira arrancou em setembro de 2018, no âmbito das Jornadas Europeias do Património, com a assinatura de um protocolo de colaboração mútua que permite que o Museu de Lamego seja um ponto de recolha de materiais para o arquivo e biblioteca de José Pacheco Pereira, comprometendo-se a Associação Cultural Ephemera a apoiar as iniciativas do museu, assim como colocar à sua disposição material para a organização de exposições e conferências.