Faleceu hoje Nicha Cabral, o primeiro piloto português na Fórmula Um e uma figura incontornável do automobilismo português.
Mário de Araújo Cabral estreou-se na Fórmula 1 em 1959, no Grande Prémio de Portugal, disputado no circuito de Monsanto, ao volante de um Cooper-Maserati. Em 1960, começou mais uma corrida de Fórmula 1, desta vez no circuito da Boavista, mas foi forçado a abandonar. Só voltou às corridas depois de regressar de Angola, onde cumpriu o serviço militar.
Disputou, de seguida, duas corridas, em 1963 na Alemanha, em 1964, em Itália. Neste último ano, correu pela equipa ATS Derrington-Francis, ao contrário das outras três corridas, em que representou Scuderia Centro Sud, com monologares da britânica Cooper. Participou também em diversas corridas extra-campeonato de Fórmula 1.
O ano de 1965 ficou assinalado na sua carreira pelas piores razões. No GP de Rouen, em Fórmula 2, foi vítima de um aparatoso e grave acidente, que lhe provocou diversos ferimentos e o afastamento das pistas durante mais de um ano. No seu regresso, em 1966, conduziu vários carros de Sport até 1975, incluindo o David Piper’s Porsche 917 – o automóvel que mais gozo lhe deu pilotar e com o qual obteve a segunda posição em 1971, no Circuito de Vila Real.
Em 1973, no GP de Portugal, em Fórmula 2, ficou em 8.º lugar, ao volante de um March, e no circuito de Benguela, em Angola, obteria a última vitória da sua carreira. Foi o primeiro português a competir na Fórmula 1, fazendo por isso, parte da história do automobilismo português.