Num ano em que muitas famílias enfrentam dificuldades económicas, o início do ano letivo adivinha-se mais complicado, quando comparado com o ano passado.
Os portugueses esperam gastar com o regresso às aulas em média, 632€ (+107€ face a 2022 – um agravamento de 20%), sendo que 95€, em média, se destinam à compra de material escolar essencial. Em roupa, mobiliário, telemóveis, tablets, computadores e meios de transporte de mobilidade suave como bicicletas e trotinetes, os gastos rondam, em média, 150€. Estes são alguns dos dados avançados pelo Observador Regresso às Aulas 2023, um estudo conduzido pelo Cetelem – marca comercial do grupo BNP Paribas Personal Finance, que também indica que os encarregados de educação cujos educandos frequentam o Ensino Superior (829€) e Ensino Secundário (626€) enfrentam um gasto médio mais elevado face aos restantes.
“Este ano apenas 36% dos encarregados de educação afirmam ter total capacidade para financiar a educação, um decréscimo de 15 pontos percentuais face a 2022”, revela o estudo. “Já 5% dos encarregados de educação precisam de apoio para financiar a educação” acrescenta.
“Em relação à sua situação financeira, cerca de 40% dos encarregados de educação avaliam-na como tendo piorado em 2023 (39%), um aumento de 20 pontos em comparação com o ano passado”, frisa. “Os encarregados de educação que consideram que a sua situação está igual face ao período homólogo é de 41%”.
“Os encarregados de educação cujos educandos frequentam o ensino público acreditam que a sua situação financeira é “pior” (32%) e “muito pior” (8%) de forma ligeiramente mais expressiva face ao ensino privado (28% e 6% respetivamente)”, destaca o estudo produzido pela Cetelem.
“A representação dos encarregados de educação que têm poupanças e irão utilizá-la no regresso às aulas é mais elevada no ensino privado (33%) face ao público (27%)”. “Por outro lado, os encarregados de educação que não têm uma poupança, mas pretendem vir a constitui-la é mais elevada entre aqueles cujos educandos frequentam o ensino público (34%) face ao privado (27%)”.
“A maioria dos encarregados de educação (96%) vão adotar medidas para tornar as compras do regresso às aulas menos dispendiosas, sendo que 69% tencionam cingir-se a comprar o que é necessário – um aumento de 10 pontos face a 2022”, refere.
“Procurar mais promoções (62%), reutilizar material escolar (55%), optar por produtos mais baratos (41%), de marca branca (39%) e packs (19%) ou mesmo recorrer à compra de materiais em segunda mão (11%) são algumas das alternativas encontradas pelos portugueses para fazer face a esta situação”, conclui.