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GNR testa meios aéreos não tripulados na prevenção de incêndios

A Guarda Nacional Republicana (GNR) tem no terreno um projeto inédito orientado para a vigilância e prevenção de fogos florestais em zonas prioritárias do Alto Minho com emprego de meios aéreos não tripulados (RPAS).

A formação e treino e os primeiros testes com os equipamentos estão a ser realizados esta semana no Centro de Meios Aéreos de Arcos de Valdevez, distrito de Viana Castelo, durante o Exercício PENEDA14.

Durante o primeiro ano de utilização deste tipo de meios aéreos, após a instalação completa desta capacidade, estão previstas cerca de 8 mil horas de voo na região do Alto Minho.

O projeto VIANA (cuja designação é um acrónimo de “Sistema de Vigilância do Ambiente e da Natureza no Alto Minho”) surge no âmbito de um protocolo de cooperação assinado entre a GNR e o grupo tecnológico português TEKEVER e está orientado para a vigilância e prevenção de fogos florestais em zonas prioritárias Natura 2000, como o Parque Nacional Peneda Gerês e a Serra d’ Arga.

Este projeto focalizado no âmbito do segundo pilar do sistema nacional de defesa da floresta contra incêndios, correspondente à vigilância, deteção e fiscalização, tem como objetivo adicional o reforço de capacidades de comando e controlo durante a fase de combate a incêndios, rescaldo e pós-rescaldo, bem como outras missões, tais como a de preservação da natureza, de busca e salvamento e de proteção de espécies.

“Entre 2000 e 2012, foram registados no Parque Natural 1098 incêndios. Apesar do esforço de homens e dos meios utilizados no terreno, o fogo consumiu em apenas 12 anos mais de 31.900 hectares de mato e floresta. Uma área correspondente a quase metade do Parque Nacional Peneda Gerês desapareceu nas chamas. Acreditamos que a tecnologia tripulada remotamente, usada em coordenação com homens e meios no terreno, é uma ferramenta indispensável nas missões de prevenção de incêndios, no apoio ao seu combate e na proteção da fauna e da flora e da própria vida humana, entre muitas outras”, refere Rui Moura, Major-General da GNR.

“O projeto VIANA é o resultado do trabalho conjunto de várias entidades e uma resposta eficaz e com menos custos aos desafios da conservação da floresta. A tecnologia não tripulada permite uma ação imediata em caso de incêndio, mas também se mostra útil em missões de busca e salvamento e na proteção do enorme conjunto de espécies de animais e plantas desta região, permitindo ainda maior eficácia no combate à caça e pesca ilegais”, acrescenta Ricardo Mendes, administrador do Grupo TEKEVER.