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Infraestruturas de Portugal corta árvores numa das estradas mais bonitas de Portugal

Funcionários da Infraestruturas de Portugal (IP) cortaram sete freixos numa das estradas mais bonitas de Portugal.

“Na sequência de várias denúncias, a Quercus foi alertada para um corte de árvores que se estava a realizar na Estrada Nacional 246-1, junto à localidade da Portagem, concelho de Marvão, distrito de Portalegre, mais em concreto num local conhecido como ‘Túnel das árvores’ ou ‘Alameda dos Freixos'”, revela hoje em comunicado a associação ambientalista.

Tendo-se deslocado ao local, “verificou que apesar dos trabalhos de corte se encontrarem interrompidos devido aos protestos dos populares e da Autarquia de Marvão, tinham já sido cortados pela empresa pública, Infraestruturas de Portugal, sete freixos (Fraxinus angustifólia Vahl) adultos de grande porte, com a justificação que se encontrariam em mau estado de conservação. Verificou também que era intenção inicial da empresa cortar mais alguns exemplares desta espécie, já sinalizados previamente”.

O local onde decorreu este abate está integrado no Parque Natural da Serra de São Mamede e devido à sua singularidade paisagística, é um autêntico cartão de visita da região, constituindo-se como um património natural e cultural que tem sido conservado pelas populações ao longo dos anos.

Os cerca de 300 freixos centenários foram inclusivamente classificados como árvores de interesse público, pela sua dimensão e conjunto, que segundo a ficha de caracterização oficial, forma uma “magnífica alameda de altos e frondosos freixos”.

Face ao sucedido, e uma vez que “estamos na presença de operações de duvidosa legalidade e oportunidade”, a Quercus solicitou de “imediato esclarecimentos à Infraestruturas de Portugal, tendo em vista o apuramento de responsabilidades decorrente deste abate de árvores”.

Dado que, segundo foi possível verificar no local, “algumas das árvores abatidas, e outras sinalizadas para abate, não apresentavam quaisquer sinais de má conservação ou perigo para a segurança pública”, a Quercus “exige que sejam divulgados os pareceres técnicos que levaram à intervenção realizada”.

Uma vez que “infelizmente são recorrentes as situações em que árvores junto às vias públicas são abatidas sem justificação ou segundo critérios muito duvidosos”, a Quercus vem “exigir ao Governo, e em especial ao Ministério do Planeamento e das Infraestruturas que tutela a empresa Infraestruturas de Portugal, uma atuação mais firme e responsável, de modo a que árvores saudáveis não sejam abatidas sem razões válidas e sem a ponderação de outras alternativas mais adequadas”.