Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) explorou o potencial de quatro subprodutos dos setores florestal e agroalimentar no contexto de uma biorrefinaria, contribuindo para a bioeconomia.
Os resíduos selecionados pela equipa liderada por António Portugal, do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), foram ramos e cepos de pinheiro, tomate em decomposição e águas residuais vinícolas.
A equipa identificou nos resíduos do pinheiro a presença de substâncias com forte atividade antioxidante e um composto que tem potencial como repelente/inseticida.
“Além de demonstrar que os quatro resíduos são promissores para a economia de base biológica portuguesa, a grande surpresa foi encontrar compostos com propriedades antioxidantes e repelentes nos cepos e ramos dos pinheiros, respetivamente. Esses extratos com as propriedades antioxidantes podem ser incorporados em produtos de cosmética ou produtos alimentares e farmacêuticos», revelam Marisa Gaspar e Mara Braga, investigadoras do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) da FCTUC.
Segundo as investigadoras, este projeto aproveita os subprodutos antes de chegarem à fase de produção de energia.
“Apesar de já existirem algumas biorrefinarias, essencialmente para a produção de biogás e bioetanol, ainda existem matérias-primas que não são exploradas, principalmente nas indústrias agrícola e florestal. Portanto, o objetivo deste trabalho foi caracterizar quatro resíduos abundantes no nosso país para analisar o seu potencial no contexto da biorrefinaria.”
Esta investigação foi realizada no âmbito do projeto “MultiBiorefinery – Multi-purpose strategies for broadband Agro-forest and fisheries by-products: a step forward for a truly integrated biorefinery”, inserido num consórcio de seis unidades de investigação liderado pela Universidade de Aveiro (UA). Parte do trabalho encontra-se na revista ACS Sustainable Chemistry & Engeneering.