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José Sócrates foi detido no aeroporto de Lisboa

José Sócrates foi detido, esta noite, no aeroporto de Lisboa, quando chegava de Paris.

O ex-primeiro-ministro foi detido por suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.

Procurador Rosário Teixeira quer ouvir o ex-primeiro-ministro por causa de uma casa em Paris que habitou quando deixou o governo.

Os investigadores querem saber de onde veio o dinheiro para comprar a casa. Sócrates disse sempre que pediu um empréstimo ao banco para poder pagar o aluguer do apartamento.

Em Agosto, a revista “Sábado” escreveu que Sócrates estava a ser investigado no âmbito de um processo extraído do caso Monte Branco.

“Para além de José Sócrates, detido ontem, foram ainda detidos, na passada quinta-feira, Carlos Santos Silva, empresário, Gonçalo Trindade Ferreira, advogado, e João Perna, motorista. Os interrogatórios dos detidos, no Tribunal Central de Instrução Criminal, tiveram início ontem e foram retomados já este sábado”, lê-se na nota divulgada pelo gabinete de imprensa da PGR./p>

Carlos Santos Silva é amigo de infância de Sócrates e é um conhecido empresário da Covilhã ligado especialmente a empresas de construção civil e com interesses diversificados, foi sócio também da empresa Conegil, na Guarda, e atualmente seria um dos administradores do grupo Lena, um grupo com mais de 80 empresas e sede em Leiria.

Em comunicado emitido esta noite, a Procuradoria Geral da República (PGR) emitiu um comunicado a referir que no “âmbito de um inquérito, dirigido pelo Ministério Público e que corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), e onde se investigam suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, na sequência de diligências, desencadeadas nos últimos dias, foram efetuadas quatro detenções. Entre os detidos encontra-se José Sócrates”.

Ainda segundo a PGR, três dos detidos – gestores do grupo Lena, com sede em Leiria – foram presentes ao juiz de instrução criminal durante o dia de sexta-feira, sendo que os interrogatórios serão retomados este sábado.

Também este sábado, o quarto arguido – José Sócrates – será presente ao juiz de instrução. Foram ainda realizadas buscas em vários locais, tendo estado envolvidos nas diligências quatro magistrados do Ministério Público, e sessenta elementos da Autoridade Tributária e Aduaneira e da Polícia de Segurança Pública (PSP), entidades que coadjuvam o Ministério Público nesta investigação.

“O inquérito, que investiga operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificação conhecida e legalmente admissível, encontra-se em segredo de justiça. Esclarece-se também que esta investigação é independente do denominado inquérito Monte Branco, não tendo tido origem no mesmo”, revela a concluir a PGR.