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MAAVIM revela que existem mais de 400 famílias sem casa

O Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM) refere que “os incêndios de Outubro do passado ano, continuam sem culpados”.

As populações afetadas pelos incêndios de Outubro, “precisam de ajuda urgente do país e dos apoios aprovados em assembleia da República, com a sua aplicação urgente”, adianta aquele movimento em comunicado emitido hoje enviado à CentroTV.

Segundo revela as “mais de 2000 habitações de 1ª habitação ardidas, existem mais de 400 famílias sem casa e sem saber se vão ter a sua habitação. Algumas habitações adjudicadas foram inclusive demolidas e posteriormente retiradas de contratação e o anunciado prazo de ter as habitações acabadas a 31 de Dezembro de 2018, conforme os contratos realizados pela CCDR-C, não vai ser cumprido. Existem já relatos de habitações a serem construídas como 1ª habitação e que não o eram, e os verdadeiros lesados sem habitação continuam à espera”.

Em relação às “mais de 5000 2ªs habitações ardidas, saíram durante o ultimo mês algumas medidas que em alguns concelhos não passaram de 5 dias uteis para se candidatarem. Muitos concelhos ainda não lançaram os apoios com o devido tempo e enquadramento de apoio às populações”, assinala o comunicado assinado por Nuno Tavares.

As infraestruturas danificadas e o património “não foram ainda alvo de preocupação e a região parece acabada de sair de uma guerra, existindo muitas estradas e edifícios prestes a caírem”.

A indústria afetada pelos incêndios, que “por si só já é penalizada, por estar no interior, pois tem mais custos concorrencialmente com outras regiões do país, ainda pouco mais de 20% dos valores aprovados recebeu. Existem empresas construtoras das empreitadas da CCDR-C com atrasos nos pagamentos”.

“Das mais de 50000 pessoas afetadas com percas na agricultura, mais de 3000 ficaram fora do seu apoio, por variados motivos, e se em Pedrogão tiveram mais de 3 meses para preparar os seus pedidos, as populações de Outubro nem um mês tiveram. Milhares de pessoas ficaram de fora”, realçam.

A MAAVIM apela em seguida a todos os lesados que “preencham o pedido de requerimento de pedido de indemnização e juntamente com a listagem das percas, o registem no município da área e solicitem à entidade competente a “condição de vitima”, para submeter até dia 2 de Janeiro de 2019 na CPAPI”.

“Em tempo de discussão na especialidade do novo orçamento, deve ser reservada uma verba aproximadamente de 100 milhões de Euros, para ajuda a todos os lesados dos incêndios de Outubro, que ainda não ouvimos falar em discussão na Assembleia da República. Não nos podemos esquecer que foram contabilizados mais de 5000 milhões de euros de prejuízos, e pouco mais de 2% foi apoiado na Economia local. Também nas catástrofes de Mação, Monchique e recentemente com a Leslie, muito está a falhar”, conclui Nuno Pereira.