A MAAVIM, em defesa dos lesados dos Incêndios de Outubro de 2017, continua a reinvindicar ajudas aos seus lesados e à população afetada.. Desde Outubro de 2017 que lutamos por ajudas aos Lesados dos incêndios de 2017, que tudo perderam.
Desde 2017 que alertamos para a falta às promessas efetuadas por diversos membros governamentais e até da União Europeia, para o Incêndio mais rápido e devastador alguma vez registado em Portugal e no Mundo.
Como sempre o trabalho da prevenção que deve ser feito no Inverno, não foi feito. A “AGIF”, criada após 2017, vem culpar tudo e todos, descridibilizando quem trabalha diariamente durante todo o ano no terreno. Este Instituto em nada veio contribuir para o melhor ordenamento do território, para a prevenção e para a luta contra os incêndios. Em vez disso ataca os grandes defensores das populações, os Bombeiros, que estão cá sempre. É um instituto que só gasta dinheiro dos contribuintes e que em nada nos ajuda, por isso não fazer qualquer sentido a sua existência.
A descoesão territorial é uma realidade que o próprio Ministério confirma com promessas e medidas que nunca aparecem. A Ministra da Coesão mentiu aos portugueses que tudo perderam em 2017, quando lhes disse que iam ter as suas habitações no Natal de 2018. Agora vem dizer no Incêndio de Odemira que o dinheiro dos contribuintes tem de ser bem utilizado, quando referente aos incêndios de 2017 deixou milhares de lesados sem apoio e outros com apoio concedido, quando não tinham direito a ele e que a mesma assinou como presidente da CCDR-C.
A injustiça para com as populações é lamentável e o discurso recorrente para as populações é o de que vão ter apoios. Em 2017, deram pouco mais de uma semana para preencher formulários, este ano falamos de até dia 12 de Setembro e depois vão ver.
Provavelmente as medidas de apoio para os Lesados dos Incêndios de Odemira, Portalegre, Ourém, Proença, ou outros locais que sofreram este ano vai ser a medida 6.2.2. (projeto de restabelecimento do potencial produtivo), que é somente para as empresas que investem e onde os proprietários rurais ficam todos de fora. É urgente a abertura das candidaturas simplificadas como em 2017, mas com prazos. Infelizmente continuam as promesas e alertamos todos os que sofrem estes flagelos pelo país fora para não se calarem, porque na maioria não vão ter apoios. É tudo uma questão de meses.
Basta verificar o que veio de apoios para os lesados dos Incêndios da Serra da Estrela do ano passado. Até ao momento não veio praticamente nenhuma ajuda, mas vieram muitas promesas. Muitos milhões, que depois acabam a ser distribuidos por programas operacionais para o resto do país. Lamentávelmente o território mais despovoado contínua sem medidas para quem o ocupa, embora atribuam muitos milhões a quem vem de fora para o território, mas isso não traz mais valia aos territórios de baixa densidade, antes pelo contrário.
Vivemos um clima de perseguição de quem habita nos meios rurais, como que se fossemos criminosos por insistentemente nos mantermos num território que não tem as mesmas oportunidades e ferramentas que o resto do território.
Este mês, acima de tudo pedimos muita contenção á população, pois o risco de incêndios é enorme, tendo em conta as previsões de um Verão e Outuno seco e quente. É importante repensar todo o território, como os seus mosaicos, a sua manutenção no Inverno, a sua Agrícultura e Pastorícia. E para isso os estudos e as medidas estão identificadas á muitos anos.
Não precisamos da “AGIF”, nem do “Ministério da Coesão Territorial” se eles nada trazem aos territórios e sobretudo á prevenção e organização do território. São pura e simplesmente intituições que gastam milhões do orçamento de estado, que poderiam ser empregues em quem está no território durante todo o ano, para fazer a prevenção, organização e combate aos flagelos dos Incêndios.
O que está a acontecer no Havai, não está tão longe de poder acontecer em Portugal (Continente, Madeira, Açores), com a descoordenação que reina no terreno. Entreguem esses milhões ao território e aos seus agentes, os Bombeiros. Continuam dezenas de Empresas por apoiar, centenas de Famílias sem as suas habitações e milhares de Agricultores e produtores florestais sem ser ressarcidos de tudo ou de parte do que perderam em 2017 e nos seguintes anos. Continuamos Abandonados. QUEM TINHA, NÃO TEM E QUEM NÃO TINHA, TEM.
Continuamos sem ter culpados. Nós não somos culpados, somos vítimas.
TEXTO:
Nuno Pereira Porta-Voz da MAAVIM