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Meruge acolhe Cégada do Entrudo

A Associação Desenvolvimento Social e Cultural do Vale do Cobral (ADSCVC), em pareceria com a Junta de Freguesia e as colectividades locais, vai promover, pelo segundo ano consecutivo, no próximo sábado, durante a tarde e noite, a “Cégada do Entrudo”.

O objectivo é a recuperação cultural das tradições lúdicas do Entrudo, vivenciadas na freguesia de Meruge, no concelho de Oliveira do Hospital.

“Vir para a rua ‘correr o entrudo’, organizar as características ‘cegadas’, era uma prática comum a todas as aldeias da beira serra antes dos abrasileiramentos das nossas tradições carnavalescas. Esta picaresca manifestação burlesca gira à volta de ‘ditos’ e cantigas em que impera a crítica social e de costumes, a que a cacofonia dos improvisados instrumentos de percussão e o impostor choro das carpideiras viúvas, empresta o ambiente de desmando colectivo e de ruptura. Improvisar rudes máscaras de papelão, transfigurar-se com roupas velhas usadas pelo sexo oposto ou colocar meias de vidro sobre a cabeça, são ‘disfarces’ ao alcance de todos os estratos sociais, que tornam a ‘cégada’ uma manifestação democrática”, adianta a ADSCVC em comunicado.

A ADSVC refere que o início do período quaresmal, convidava a extroverter os desejos “pagãos”, a dar largas à folia bizarra e à estúrdia social, proibidas que estas práticas iriam ser durante o longo período de “penitência e jejum” impostos pelos cânones religiosos.

“É toda essa genuinidade que trazemos à rua no próximo Sábado. Integrar o desfile pelas ruas da freguesia com os trajes a condizer, trazer o funil para berrar umas quadras de sátira social, enriquecer o baile de máscaras, “arrematar” um bolo, uma garrafa, convidar ou ser convidado na “moda da flor”, são tudo atractivos que contribuem para manter viva esta secular tradição e ajudar a causa social da ADSCVC”, sublinham.

A iniciativa vai terminar com a Queima do Entrudo, no Terreiro do Santo, depois do féretro percorrer as ruas da freguesia, entre apupos, piropos e aplausos. Depois de lida a sentença, sempre drástica e inclemente, o “Entrudo” perecerá na pira purificadora em que será incinerado.