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Morreu a professora com cancro que não conseguiu ficar colocada perto de casa no regime de mobilidade por doença

O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) anunciou, esta sexta-feira, no seu site oficial, a morte de uma professora, que sofria de uma doença oncológica, colocada a mais de 200 quilómetros de casa este ano letivo, devido às novas regras da mobilidade por doença.

Segundo o SPRC, Josefa Marques, de 51 anos, era docente do 1º. Ciclo dos distritos da Guarda e Castelo Branco. Nos últimos anos, encontrava-se colocada no concelho de Almeida, onde residia ao abrigo do regime de mobilidade por doença.

“A colocação de Josefa no concelho de residência permitia-lhe ser apoiada pela família, mas também exercer a profissão que tanto gostava”, adiantou o sindicato.

Este ano, devido à alteração do regime de mobilidade por doença, acabou colocada em Oleiros, a 207 quilómetros de casa, apesar de lhe ter sido reconhecida a doença incapacitante de que padecia.

A professora ainda recorreu ao Ministério da Educação, expondo a situação mas, ainda segundo o SPRC, não chegou a receber qualquer resposta.

Em situação de grande pressão psicológica, a conjugação dessa situação com as fragilidades de quem estava a fazer quimioterapia, obrigou-a a entrar de baixa médica, sendo uma das 2 mil baixas a que o ministro se tem referido, o que lhe provocou um quadro de ainda maior ansiedade, face à possibilidade de os seus alunos ficarem sem aulas”, acusou o sindicato, acrescentando que os últimos dias de Josefa, que morreu de um derrame cerebral, “foram vividos em profunda tristeza” devido a esta situação.