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Morreu o cineasta Lauro António

Morreu Lauro António, aos 79 anos e uma vida dedicada ao cinema, como espectador, crítico, ensaísta, programador, diretor de festival, professor, cineclubista, argumentista e realizador, tendo também encenado para teatro.

Autor de cerca de 50 livros relacionados com cinema e mais de uma dezena de obras cinematográficas, as mais reconhecidas foram as adaptações literárias “Manhã Submersa” (1980) e “Vestido cor de fogo” (1985).

Lauro António realizou outros filmes como O Vestido Cor de Fogo, baseado na obra homónima de José Régio, ou os telefilmes Paisagem Sem Barcos e Mãe Genoveva. 

Nascido em Lisboa, a 18 de Agosto de 1942, Lauro António tirou o curso de História. Começou por escrever sobre cinema em várias revistas e jornais, tendo posteriormente passado para a televisão e para a rádio.

Além de cineasta, Lauro António foi primeiro um crítico de cinema e ensaísta, tenho inclusive tido um programa televisivo que foi parodiado por Herman José no programa Herman Enciclopédia. Herman criou a personagem Lauro Dérmio, inspirada em Lauro António e gravou um sketch que ficou conhecido como “Não pirilamparás a mulher do próximo”. O sketch ficou para a história pela incapacidade do humorista em terminar o sketch sem se rir.

Também se tornou uma figura popular no pequeno ecrã com o início das emissões do canal TVI a 20 de fevereiro de 1993 e o programa “Lauro António Apresenta..”, com a a introdução de filmes organizados por ciclos. Foi ainda o comentador da primeira cerimónia de entrega dos Óscares exibida em directo pelo canal, no ano em que ganhou “Imperdoável”, de Clint Eastwood (1993).

Durante vários anos foi diretor do CineEco – Festival internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, o primeiro festival dedicado ao ambiente em Portugal.

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, em comunicado lamenta profundamente a morte do cineasta e autor Lauro António (1942-2022), personalidade ímpar da divulgação cinematográfica em Portugal.

“Em reconhecimento deste imenso legado, recebeu, em 2018, o Prémio Sophia Carreira, atribuído pela Academia Portuguesa de Cinema, e, no mesmo ano, foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique”, lembra a nota do Ministério da Cultura.