CentroTV

Morreu o pintor Mário Silva

O artista plástico Mário Silva, premiado várias vezes pelo seu trabalho no domínio da pintura, morreu este sábado, em Coimbra, aos 86 anos. Leia mais: Morreu em Coimbra o artista plástico.

Notável artista plástico contemporâneo português, remetido à geração de 60, consagra a existência a uma acção cultural, humanística e libertária, de contestação ao stablishment. Frequentou a faculdade de engenharia da Universidade de Coimbra que abandona, em finais do curso, sendo co-fundador do Círculo de Artes Plásticas da Associação Académica e interventor, com Reys Santos, no II Colóquio Internacional de Arte, onde conhece René Huyghe. Iniciada há 45 anos, a sua carreira profissional alcançou grande sucesso público, conquistando interesse crítico nacional e internacional.

A sua obra estética consagra-se principalmente à pintura, mas alarga-se aos domínios das artes gráficas (monotipia, gravura, serigrafia, ilustração, cartaz), da cerâmica, escultura e arte pública monumental.

Desde a década de 60, o seu trabalho percorre inúmeros Salões Institucionais, Bienais, Exposições Colectivas e Individuais (nacionais e internacionais), em Portugal (Lisboa, Estoril, Porto, Coimbra, muitas outras cidades e centros universitários), na Suécia (Estocolmo), na Dinamarca (Copenhaga), nos Países-Baixos (Amsterdão, Roterdão e Utreque), na Bélgica (Bruxelas), Reino Unido (Londres, Escócia/Glasgow), Finlândia (Helsínquia), França (Paris, Lille, Chaville), Itália (Roma, Milão, Sienna, Florença, Gabice-Mare, Como, Montecatini), Espanha (Madrid, Sottomayor, Salamanca, Sevilha, Barcelona, Vigo), Suíça (Berna, Basileia, Genebra, Wessel, Burckhardt), Alemanha (Berlim, Hamburgo, Hanôver), Áustria (Salzburgo), USA (New York, Houston, Chicago, Buffalo, Michigan, Toledo/Ohio, New Jersey, Florida, Montgomery, Los Angeles, Filadélfia, Anchorage), Brasil (Rio de Janeiro, S. Paulo, Salvador Bahia), Guatemala, Cuba (Havana, Santiago), Angola (Luanda), Marrocos, Japão (Chibak, Tóquio) e Tailândia (Bangkoc).

Possui inúmeros prémios nacionais e internacionais, como a Copa per il miglior Artista d’Avanguardia (Milão-Itália, 74), o Grande Premio Galliano (Milão, 75), o Prémio Internacional da Paz (Instituto Internacional de Estudos Humanísticos de Roma – Fundação para os Poetas, Escritores, Pintores e Jornalistas, Itália, 83), os 1os Prémios Arte d’Avanguardia (Milão, Itália, 74), Valbruna Prize-Escultura (Gabicce-Mare-Itália, 71) e, entre outras, as Taças de Prata (Comuna di Como-Itália 1972 e 82) e a Medalha de Ouro (Giro delle Arte di Lombardia-Itália 75). Obras suas figuram em vários Museus de Arte Moderna e Contemporânea (estrangeiro: Rio de Janeiro, S. Paulo, Boston, Anchorage, Amsterdão, Montecatini, Estocolmo; Portugal: Coimbra, Lisboa, Amarante, Castelo Branco, F. da Foz, V. F. de Xira, Viseu, Ovar), Galerias de Arte, Acervos Públicos e Colecções Particulares privadas, dispersas por todo o mundo.

A sua obra plástica mereceu já sete Retrospectivas e, como homem de cultura e cidadão notável, foi objecto de homenagens públicas, a antepenúltima promovida pelo Museu da Resistência e Liberdade, (Município de Lisboa, 2001), a última pela C.M. de Vila Verde.

Era sócio da Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa), Vice-Presidente do Conselho de Direcção da ANAP-Associação Nacional dos Artistas Portugueses (Porto) e foi eleito membro do Comité Português para a AIAP-Association Internationale des Arts Plastiques|Unesco (Paris).

Entre outras distinções académicas, é Membro Efectivo da Academia de Arte e Ciência “500 di Roma”, Académico Honorário – Secretaria Académica de Roma – Itália (1980), Membro da Academia Real de Belas Artes de Haia (Holanda, 63) e da Academia Internacional de Basileia (Burckhardt, Suíça 1980).

Em 2006, o Município de Coimbra distinguiu-o com a Medalha de Mérito Cultural da Cidade e, em 2007, foi galardoado pelo Governo Português com a Medalha de Mérito Cultural, atribuída e entregue pela Ministra da Cultura.

Tendo sido no ano de 2009 agraciado com prémio carreira pela “Biennale Internazionale Dell´Arte Contemporanea” em Florença.

Relacionado com inúmeros artistas, homens de letras e cientistas, de múltiplas escolas e movimentos de todo o mundo, promoveu a divulgação interdisciplinar da arte, em diálogo permanente com as gerações mais jovens.